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A meu pai, escritor e mestre.

Desde criança, no caminho pra escola, de volta pro almoço ou qualquer 15 minutinhos que tínhamos na cozinha [que sempre se tornavam algumas horas], seja durante o dia ou de madrugada, acordando a mãe, a irmã, nos atrasando pra algum pequeno compromisso que tínhamos no dia, ou durante toda a noite do ano novo. Mas de fato, era muito bom jogar conversa fora durante esses momentos e muitos outros que nos surgiam.
Mais que um pai. Que estava sempre ali. E mesmo com todos os dissabores da rotina e das confusões que o tempo apronta, era nessas nossas conversas que tirávamos nossas melhores ideias.
Com hábitos esquisitos e uma insana criatividade e desempenho, seus textos saiam brilhantes. Livros atrás de livros, textos atrás de textos, Caius_c se tornava a cada dia um homem mais magnífico que o dia anterior.
Nas madrugadas acordado, pesquisando e escrevendo, surgiam as suas teorias, que marcavam sua personalidade. Era sempre dele que vinha o caminho que ninguém esperava encontrar. Aquele atalho escondido que só ele encontrava enquanto todos os outros se matavam pra descer um penhasco pendurando-se em raízes.
Ao Tico meus agradecimentos, que apesar de mal aguentar a dor que a sua falta me causa, é muito bom saber que você existiu.
E melhor ainda é carregar em mim um pedacinho da sua pessoa. E espero fazer valer toda a educação e o exemplo que me deu em vida.

 

 

Caius_c, o pseudônimo de João Alberto Padoveze, o Tico, nascido em 14/fev/1958 e falecido em 30/ago/2010.