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Vale a pena viver!
 
Três meses de vida! Foi o decreto do homem de jaleco branco. Tinha a ciência ao alcance das suas mãos, mas não entendia nada do “espírito” humano. Aterrorizou! Doeu! Marcou! Machucou! Mas... , além da dor, do medo da morte havia o amor, a alegria, a vida!
Tinha o filho pequeno ainda mamando no peito. O marido jovem, muito assustado, companheiro em todos os momentos, inclusive no tratamento, tão traumatizante! A família de italianos chorões, e, já, por antecedência: enlutada! Os amigos... alguns deles, sem saber como agir: sumiram! Os alunos e seus questionamentos sobre: a vida e a morte! A Literatura essa amiga inseparável, indo e vindo junto ao peito. Ora, como poeta e poesia, ensinando os caminhos do “Eu”. No outro dia, uma crônica alegre e inquiridora, pairando sobre a existência! Em outro momento, um conto para aumentar a fantasia, e, assim superar um obstáculo maior.
 Depois, a releitura de um romance. E, lá, vai o velho Bruxo do Cosme Velho, viajando do interior para a capital de São Paulo, sacolejando na Viação Piracicabana, olhando no fundo dos meus olhos, com os olhos de ressaca da Capitu.
Assim os dias, semanas, meses, rolaram e os companheiros ficaram sempre juntos na longa jornada: Jorge Luis Borges, Charles Baudelaire, Clarice Lispector, Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Kafka, Florbela Espanca, Francisca Júlia da Silva Münster, Fernando Pessoa, Virginia Woolf, Walter Benjamin, Vinicius de Moraes, Cecília Meireles, Adélia Prado, Leda Coletti. Maria Emilia Redi, Cora Coralina, Mário Quintana, Ângela Reyes, Isabela Allende,Luís Fernando Veríssimo, Rubem Alves, Pablo Neruda, Patativa do Assaré, Lídia Sendim, Cornélio Pires, Maria Cecília Bonachella, Manuel de Barros, Ivana Negri, Cruz e Souza, Olavo Bilac,Cora Coralina,Paulo Leminski, Alice Ruiz, Mario e Oswald de Andrade,Rubem Dario, Cervantes e tantos outros amores!
 Ah! E os três meses...? Já se vão vinte anos! E, a jovem, agora, uma senhora está cada vez mais apaixonada pelos escritores, poetas, e pela literatura e todo o contexto por ela formado.
Fica um pensamento de Dom Quixote, personagem de Miguel de Cervantes. Ele dizia: “Tenho mania de ler até mesmo jornais rasgados que encontro nas ruas”.
 
 Ana Marly de Oliveira Jacobino__ Coordenadora do Sar@u Literário Piracicabano, da Agend@ Cultural Piracicabana, do blog de Arte e Literatura: http://agendaculturalpiracicabana.blogspot.com/ /
e Amante da Arte e da Literatura.