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Quando encontrei a literatura me achava imaturo. Mas a leitura me fez ver não somente um universo, me fez enxergar um cosmo e me fez entender a nossa pequinez. Como poeta, sempre primei por exprimir o que de mais importante havia em minha existência e nos contos não é diferente. Considero-me existencialista, não o existencialismo filosófico de Sartre, mas a confluência e a fusão de idéias adquiridas em toda minha vida, que vão desde a leitura de Humberto de Campos à Pascal; de Schopenhauer à Rubem Fonseca; de Clarice Lispector à Montaigne, de João Cabral de Melo Neto à Augusto dos Anjos, de Paulo Coelho à Kierkegaard, de Allan Poe à Rodolfo Teófilo e de Paulo Freire à Graciliano Ramos.
Primo como literatura (poesia, conto, tratado filosófico, etc.) existencialista, aquilo que descreva ou represente a realidade, daí não me preocupo, caso preciso for, me declarar um poeta antisocial, um contista da morte ou ainda um filósofo pessimista, pois parto da premissa da existência e vou até onde for preciso. Não quero aqui agradar ou desagradar ninguém, faço o que está em meu âmago, não sou de elaborar, mas gosto de meditar muito no que faço e posso garantir que o que se apresenta em minha arte (pobre em sua raiz e raquítica em sua essência) é a simples vontade de que depois de abandonado o papel escrito, algo tenha mudado (ou em mim, ou em alguém quando vier a lê-lo).
Nunca quis imitar alguém, nem nunca li autor algum pensando em reproduzi-lo, mas li-o na ânsia de me surpreender, de encontrar ali a existência do fato contado, de reconhecer o nefasto do incognoscível. Saibam que o existencialismo (o de minha escrita) visa demonstrar, não importando de qual forma, a existência em sua imagem fiel, seja esta: cruel, derrotista, competitiva, malvada ou o contrário; é simplesmente reelaborar o cotidiano, dando a este o prisma desejado por mim.
Dito isso, não queria me alongar em meus meneios retóricos, gostaria apenas de convidá-lo a mergulhar no meu existencialismo e se após chegar ao fim desta jornada, você estiver decepcionado, lembre-se de que as flores nem sempre representam a beleza e de que nem sempre as fezes demonstram o seboso completamente.