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O importante não é escrever muito.
O essencial é escrever sempre.
Escrever.
Um sacerdócio.

. . .


Poeta-escriba-pensador
venho de outras eras,
misturo sonhos e quimeras
ao meu verso anunciador.


Erguer versos no dia a dia
é trabalho que diverte,
estando nesta liturgia
a minha alma se converte.


Trabalho com o mais gostoso
que há para trabalhar,
o verbo e o verso - a agitar
o pensamento mais ocioso.


Versos com rima, sem rima,
faço versos de qualquer jeito,
escrever sempre me anima,
até me parece um defeito.


Haverá uma gostosura
melhor do que escrever,
usar do verso, essa doçura
que açucara o bem viver ?


Poemas são como vertentes,
quanto mais cavoucamos,
água mais pura encontramos
no veio das veias latentes.


Ouso buscar nos veios
das fontes mais antigas,
é lá que encontro os meios
de nutrir estrofes amigas.


Escrevendo alguns versos
não brinco com a palavra,
mobilizo universos
cultivando minha lavra.


Versos meus andam por aí
pupulando entre os papéis,
eles, os companheiros fiéis
que na vida eu consegui.


Fazer versos no dia a dia
é trabalho envolvente,
"ludi" com palavras, diria
o escriba mais eloquente.


Quando transpiro a Poesia
busco mesmo a perfeição,
e nesta mágica liturgia
o meu verso é cantochão.


Tantas delícias na vida
não sei qual a mais cobiçada,
a rima mais sofrida,
o beijo da mulher amada.


Tenho escrito muito pouco
e bem mais filosofado,
dizem alguns sou meio louco,
escrevo de caso pensado.


Não escrevo para obter prêmios
mas para celebrar a vida,
meus versos são até abstêmios,
celebram sem ter bebida.


O importante é que meus versos
são como pássaros que vão
a semear pelos universos
a Poesia de mão em mão.


Poeta-escriba-pensador,
homem-papel-e-jornal,
vivente-vivo-vivedor,
eu-somente-fulano-de-tal.



Na vilegiatura do verbo vai
o vate