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Egolatria em Prosa e Verso

Concebido, gestado e dado às trevas nos idos de mil, novecentos e quarenta e um, da E.C. ou cinco mil, novecentos e quarenta e um da V.L., trago todo o atavismo de Abel e Lucy, aliado a um complicadíssimo ataraxismo búdico.
Caçador (sempre a caça de mim mesmo), existencialista (com todas as letras), estóico (pela impassibilidade, epicureu (pela identidade entre o bem soberano e o prazer), agnóstico (por toda a ordem de realidade incognoscível), sinto-me perfeitamente execrado do mundo moderno (por estar conscientemente na linha limítrofe entre o ridículo e o excepcional) concito a todos o imediato retorno às Virtudes Primitivas.

Ego

Concebido, gestado e dado às trevas
lá pelos idos de quarenta e um,
temos, no sarcasmo, o existir comum,
os execrados filhos de Minerva.

Condenado a viver entre a caterva
sem da vida sentir prazer algum,
dos milhares, sou apenas mais um,
pseudochique atolado no brega.

No viver segregado entre as gentes,
no tentar agregar-se aos grandes reis,
sinto na alma o que é ser diferente.

Na busca imemorial, não acharei
o que me poderá fazer contente.
Eis o que fui, que sou e o que serei.