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Perfil

A escrita, espontânea e amadora, como passatempo dos devaneios do humano. Aqui não há o adulto. Não há a pessoa crescida. Nem gente terminada. Não há o professor. Tampouco o acadêmico. Quem visita este espaço e publica rascunhos é o menino interiorano que persiste e resiste à fugacidade do tempo. Um colecionador de pores do sol. Só a memória, a imaginação e a poesia nos (re)aproximam e nos revitalizam. Nem só de ofício vive o homem, mas de todo verbo que espontaneamente nos surge ao pensamento como relâmpago breve e silencioso. O registro deve ser imediato, preferencialmente no papel em branco: esse me é portátil e inseparável, pedaço de mim, matéria do meu espírito. O risco de ser lido e mal interpretado é como pluma suspensa no espaço: vale a pena flutuar sem direção circunscrita. Toda rasura aqui veiculada é parte da incompletude que me integra, liberdade que me sobra. Sou pouco e em pedaços, porque há uma imensidão ainda para se viver. Palavra caça jeito de nos achar. Cedo ou tarde, ela vem e nos resgata da vida agitada. Enquanto existir um pedaço solitário de mim, haverá o que escrever. Escrevo, logo vivo. Se não escrevo, é porque, em pedaço, estou morto. O silêncio interior é a geratriz dos autorreencontros.