MIGUEL SERVET, um homem sozinho em busca da verdade.

Miguel Servet (Michael Servetus em latim) (Villanueva de Sigena, Espanha, 29 de Setembro de 1511 - Genebra, 27 de Outubro de 1553) foi teólogo, médico e filósofo espanhol, humanista, homem de grande cultura e conhecimento multidisciplinar, interessando-se por vários assuntos como: astronomia, meteorologia, geografia, jurisprudência, matemática, anatomia, estudo da Bíblia e medicina. Mas os campos nos quais mais se destacou foram Teologia e Medicina.

Foi perseguido pelos católicos na sua Espanha natal e pelo Conselho de Genebra, tendo sido João Calvino acusado posteriormente como o responsável pela morte de Servet, embora tenha Calvino avisado a Servet que não viesse à Genebra, pois ali não seria bem recebido pelo Conselho. Foi queimado vivo em Genebra. Calvino tinha discutido muitos anos com Miguel Servet, havendo trocado correspondência. No auge da discussão entre eles, Servet foi condenado à morte pela fogueira.

Miguel Servet nasceu em 1511 na aldeia de Villanueva de Sijena, na Espanha. Segundo consta, desde criança ele foi um excelente estudante. Segundo certo especialista da vida de Servet, "aos 14 anos, ele havia aprendido grego, latim, hebraico e tinha muito conhecimento de filosofia, matemática e teologia". Dos acontecimentos vividos por Servet durante a adolescência, os mais marcantes foram às divisões religiosas que aconteceram na Espanha. Por exemplo, judeus e mulçumanos foram expulsos do país ou forçados a se converterem ao catolicismo.

Já aos 16 anos Servet foi estudar Direito na Universidade de Toulouse, na França. Foi nessa instituição que ele viu uma Bíblia pela primeira vez. Embora fosse proibido ler a Bíblia, Servet a leu escondido. Após o término da leitura da Bíblia inteira, jurou que a leria mais mil vezes. É provável que a Bíblia que Servet leu fosse a Poliglota Complutense, que continha as Escrituras nos idiomas originais, dispostas em colunas, juntamente com uma tradução para o latim. Além dos estudos bíblicos de Servet, o comportamento dos religiosos da sua época o decepcionou muito.

Uma das conclusões de Servet é que o Cristianismo primitivo havia se corrompido durante os três primeiros séculos depois de Cristo, e ensinamentos falsos foram introduzidos nas congregações cristãs, sendo o mais grave deles a doutrina da Trindade. (Outros, tais como Isaac Newton, chegaram a essa mesma conclusão). Aos 20 anos, Servet publicou o livro "Os erros da Trindade", cuja primeira página pode ser vista logo abaixo. Por causa dessa obra, ele se tornou um alvo da inquisição. Além da Trindade, Servet também rejeitou o uso de imagens na adoração. Por causa dessas opiniões, ele se tornou objeto de ódio tanto de católicos como de protestantes. Por isso, o título desse artigo da Despertai: "Sozinho na busca pela verdade".

Sua descrição da circulação pulmonar está assim redigida:

"A força vital provém da mistura, nos pulmões, do ar aspirado e do sangue que flui do ventrículo direito ao esquerdo. Todavia, o fluxo do sangue não se dá como geralmente se crê, através do septo interventricular. O sangue flui por um longo conduto através dos pulmões, onde a sua cor se torna mais clara, passando da veia que se parece a uma artéria, a uma artéria parecida com uma veia".

Admite-se que Servet tenha realizado observações próprias em animais para chegar a essa conclusão, embora não as tenha mencionado.

A sua descoberta da circulação pulmonar foi divulgada em um livro sobre religião, intitulado Christianismi restitutio, que foi considerado hereje, confiscado e incinerado. Salvaram-se apenas três exemplares, um dos quais se encontra em Paris, outro em Viena e outro em Edimburgo. Uma segunda edição, publicada em Londres em 1723, foi novamente apreendida e incinerada.

Por causa do interesse que ele também tinha pelos clássicos, ele publicou uma nova edição da obra "Geografia", de Ptolomeu. Devido ao sucesso desse trabalho, alguns o consideram o pai da geografia comparativa e da etnografia. Além disso, Servet escreveu o "Tratado universal sobre xaropes", que abordava um tipo de remédio. O conhecimento contido nesse livro "fez dele pioneiro no campo da farmacologia e no uso de vitaminas". Por causa de seu conhecimento em tantas áreas, certo historiador chamou Servet de "uma das maiores mentes da história humana, alguém que contribuiu para a cultura universal".

Acusado de heresia, Servet foi preso e julgado em Lyon, na França. Conseguiu evadir-se da prisão e quando se dirigia para a Itália, através da Suíça, foi novamente preso em Genebra, julgado e condenado a morrer na fogueira, por decisão de um tribunal eclesiástico sob direção do próprio Calvino. A sentença foi cumprida em Champel, nas proximidades de Genebra, no dia 27 de outubro de 1553.

Pôs-lhe na cabeça uma coroa de juncos impregnada de enxofre e foi queimado vivo em fogo lento com requintes de sadismo e crueldade.

A sua descoberta foi por muito tempo ignorado pela medicina oficial.

Um monumento em sua memória foi erguido em 1903, em Champel, assinalando o local de sua morte.

Conhecendo a vida de Servet podemos perceber que ele foi um homem culto e que soube servir a Deus, mas foi morto por alguém que se julgava instrumento de Deus, a medicina deve muito a esse homem, assim como a Geografia, a Teologia e a Geografia comparativa, ele foi uns dos pioneiros da farmacologia, se tivesse vivido mais quem sabe poderia ter descoberto mais também, procurou incansavelmente a verdade bíblica e, diferente de seus adversários, soube argumentar.