Ainda me lembro como se fosse ontem. Estávamos eu, minha querida avó Baranckoski e minha irma dentista. Era um domingo e essa minha avó, de outra cidade, tinha vindo passar um final de semana conosco. Por algum motivo, resolvemos passear no bosque que fica em frente à minha casa. Hoje, ele é todo pavimentado, mas quando aconteceu o que vou contar, esse bosque era...selvagem, nativo.
Jardim de minha casa ou Jardim Encantado.
Eu cresci observando cada cantinho, cada caminho dele. Eu o vi tomar forma.
Lembro de uma vez, ter ido com a minha avó Baranncoski. O bosque foi o cenário de um conto infantil muito bem atuado.
Minha querida avó Barancoski contou uma história, e minha irma mais velha, a dentista, entrou em êxtase. Ela achou que existiam os personagens mágicos que minha querida avó, havia inserido na história.
Eram Duendes, Feiticeiros, Gnomos, Serpentes, Anões, Cobras, Lagartos, Tigres, Onças. Tudo para acrescentar um pouco de magia a história e encantar ainda mais aquelas crianças. Foi feito tudo com muito amor e minha irma acreditou.
Eu fiquei apenas observando e assimilando, as técnicas utilizadas pela querida, para convencer a criança. Na época, apenas observei, nada falei.
Mas hoje percebo, que um pouco de ciência psicológica, comprovam as técnicas manipulativas utilizadas.
Mas a querida tem apenas o afabeto e numerais...um conhecimento básico. A querida não é erudita. 
Mas entendia. Afinal, era uma criança conversando com a avó. Lembro de estarmos dentro do bosque. Um cenário selvagem. O que atiçou ainda mais a imaginação naquela criança. Eu também era criança, e fiquei com a imaginação, muito desperta também. Imaginei mil coisas, mas estava mais afastado e pude notar a malandragem da querida. Foi difícil fazer minha irma desacreditar na história. Minha irma tinha certeza que aquilo que ouvia era verdade.
Sabe, as vezes fico imaginando...como seria a sociedade se tudo fosse encantado?Acredito que já foi assim uma era. Quando o homossapiens vivia em tempos primórdios, de modo selvagem. Imagino um homem nas cavernas. Com a mente vazia.