Rótulo
Pelo simples hábito de se descrever, as pessoas acabam se rotulando.
E rótulos servem apenas para dar informações superficiais e exageradas,
Para simplesmente atrair um consumidor.
Eu não quero um rótulo.
Não sou um produto.
Ou talvez eu seja...
Então prefiro ser lentamente descoberta, degustada.
Sem ter expectativas para atingir.
Pelo simples hábito de não suportar a rotina,
Eu passo a me modificar de tempo em tempo.
Não tente me acompanhar,
Pois você pode se perder.
E talvez eu não possa voltar para te ajudar.
O mundo é feito de outros mundos mais.
O meu, o seu, o daquele cara ali,
que fala sozinho e que todos julgam ser louco.
Aqui no meu mundo, eu também falo sozinha
Falo com aqueles que não existem para você.
Converso com meus pequenos amigos que ninguém vê.
Uma vez, denominaram meus amigos de anjos.
Mas eu prefiro chamá-los de amigos imaginários.
É mais verdadeiro para nós.
O que importa de verdade
É saber como você pretende me rotular.
Porque, talvez, eu tenha sim algum rótulo.
Mas aquele que você me deu.
Um rótulo especial, só meu e seu.
Atingi suas expectativas?
Fui doce? Azeda? Amarga?
Quem sabe agridoce?
Diga-me, vamos!
Como eu me saí neste mercado sentimental?