Em Busca do Tempo Perdido ...

Prepare-se para ler um dos livros de Marcel Proust e entrar na sua narrativa apaixonante. Descrever é acima de tudo uma habilidade fantástica que encontramos no autor e que envolve o seu leitor por caminhos e passagens vistos e revividos por sua memória em busca do passado e consequentemente do tempo perdido.

Relacionado como um dos cem melhores livros do Século XX : Em Busca do Tempo Perdido (1913-27) -Marcel Proust (1871-1922). Ciclo de sete romances do escritor francês, inter-relacionados e com um só narrador, dos quais os três últimos são póstumos: “O Caminho de Swann”, “À Sombra das Raparigas em Flor”, “O Caminho de Guermantes”, “Sodoma e Gomorra”, “A Prisioneira”, “A Fugitiva” e “O Tempo Redescoberto”. Ampla reflexão sobre a memória e o poder dissolvente do tempo, o ciclo se apóia em fatos mínimos que induzem o narrador a resgatar seu passado, ao mesmo tempo em que realiza um painel da sociedade francesa no fim do século 19 e início do 20.

Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust foi um importante escritor e poeta francês. Nasceu na cidade de Paris em 10 de julho de 1871 e faleceu na mesma cidade em 18 de novembro de 1922.

Na primeira parte deste volume, intitulada ‘combray’, o narrador se apresenta através de uma cena clássica da história da literatura, com certeza uma das mais belas – ao mergulhar um bolinho tradicionalmente conhecido como ‘madeleine’ em uma xícara de chá, recuperando assim o sabor da mesma iguaria tomada nas manhãs dominicais de sua infância, ele resgata a cidade de Combray e com ela seus anos de menino, nas férias pascais, nestas paisagens que agora sobrevivem apenas em suas lembranças. Narrado logo no início do livro, este é um dos episódios principais desta obra. Na fictícia Combray de Proust, dois caminhos ligam a cidadezinha aos campos e sítios que a envolvem – o de Méséglise, mais curto, que passa pelas terras de Swann, e o mais longo, o de Guermantes, vereda fluvial que desemboca no castelo dessa família.

Proust revela-se um profundo conhecedor da psicologia humana, e em sua narrativa caminha pelas esferas mais variadas do conhecimento humano, desde teorias estéticas, artísticas e literárias, até as artes do amor, a Música, deliciosas descrições gastronômicas, passando pelo contexto sócio-político da França,na terceira parte deste livro, intitulada ‘nomes de terras: o nome’, o herói retoma a narrativa na primeira pessoa e, da mesma forma como inicia o primeiro capítulo, descrevendo os quartos nos quais adormeceu ao longo de sua vida, ele aqui delineia a importância dos nomes em sua trajetória, os quais conferem às cidades de sua imaginação – Balbec, Veneza, Florença, entre outras -, mas que por outro lado também existem fora do tempo imaginário e do espaço abstrato, aspectos, cores e sonoridades as mais distintas. Estes nomes evocam para o herói terras desconhecidas, imagens confusas às quais ele associa elementos despertados em sua mente pela pronúncia de cada um deles, pela riqueza de sons que inspira sonhos e desejos de viagens. São belíssimas as descrições das paisagens que o herói espera encontrar em cada recanto, a partir do significado extraído dos nomes mais ou menos exóticos que desfilam em suas fantasias.

#Em Busca do Tempo Perdido – Volume 1 – No caminho de Swann – Marcel Proust – Tradução: Mário Quintana – Editora Globo – São Paulo

#O fim do ciúme e outros contos Coletânea de contos de sua obra Os prazeres e os dias (trad. Dorothée de Bruchard)

http://educacao.uol.com.br/biografias/marcel-proust.jhtm