Lendo Iracema...José de Alencar

Lendo Iracema, me dispus a escrever-te uma carta:

O favo de jati não é doce como o seu sorriso, nem a baunilha recende no bosque como o seu hálito perfumado, tu, mais fresco que o orvalho da noite.Erga seus olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.

Eu tenho nas faces o branco das areias, nos olhos o azul da triste das águas profundas. Sofro mais d'alma do que da ferida que tu me fizeste, filho da floresta...Sumirei na minha vida, nos olhos cavos e nas rugas profundas.

Desejo-te que, se queres dormir, desçam sobre tu os sonhos alegres, o prazer embale tua rede durante a noite; e o sol traga, luz a teus olhos e alegria à tua alma. Não levo nenhum presente de ti, mas levo em minh'alma a sua lembrança.

Pucca
Enviado por Pucca em 03/03/2006
Código do texto: T118295