CARTA À MÃE

Querida,

Ao fazer esta meu coração estremece de saudades de você e de tantas coisas que de tão boas atropelam o roteiro de minhas lembranças. Retorno à minha infância quando cuidava de mim com tanto desvelo que me fazia sentir segurança. Como sabe os meus primeiros passos foram difíceis já que só consegui andar aos três anos. A fragilidade com que nasci era bem acentuada por ser a “rapa de tacho” da rica prole. Mas graças ao poder divino e a sua inesgotável paciência, aqui estou.
Todas essas recordações são como um caleidoscópio mental que umedecem meus olhos de alegria. As implicações que sofria eram equilibradas por suas palavras como verdadeiras aulas de tolerância. Ao repartir as refeições seu olhar me alcançava de forma especial, declarando, sem palavras, que teria sempre a porção por mim escolhida.
São muitas lembranças!
A minha adolescência marcada por viagens, pois estudava fora, sempre tive liberdade, mas nunca alcei vôos indevidos. Sempre valorizei o que tinha para me oferecer.
Quantos conselhos!
Parece que ainda ouço você repetindo: Tudo tem o seu devido tempo. Tenha paciência. O que se tem recebido é dádiva de Deus. Não podemos desprezar. O que você joga fora injustamente é uma riqueza para quem não a possui. São tesouros que não se retornam.
Lições e lições povoam a minha mente!
Tenho percorrido caminhos bons e sou feliz, porque continuo sendo uma aprendiz. Na vida nosso aprendizado é permanente.
Hoje estou aqui vencendo a distância. Também já sou mãe e sei o quanto é importante a presença do filho para sua genitora.
Vim para abraçá-la.
Sou o seu eterno presente!

Maria Loussa
Enviado por Maria Loussa em 17/08/2009
Reeditado em 17/08/2009
Código do texto: T1759678
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