Ao meu querido sobrinho

***********Jefferson Bruno Sousa de Araújo*************

Bruno fofinho,

Vivemos por tanto tempo perto um do outro, mas conviver mesmo só agora em Teresina devido ao problema da mamãe. É interessante como o vocábulo VIVER tem toda uma diferença de CONVIVER, apesar de serem vizinhos. O prefixo CON, colocado antes do radical, dá ideia de companhia, de estar juntos. Estou exemplificando esse pormenor para dizer que estivemos juntos, por pouco tempo, mas estivemos, ou seja, CONVIVENDO.

Uma semana apenas parece insuficiente para se conhecer alguém intimamente, mas para mim foi o bastante para analisá-lo e avaliá-lo. E sabe, Bruno, passei a admirá-lo ainda mais. É verdade. Veja, você um rapaz tão jovem poderia estar se divertindo ou, quem sabe, passeando, mas não você está a serviço de alguém. E servir é um dos mais perfeitos ensinamentos que Cristo nos deixou. Não se preocupe com o que falam, você é prestativo sim e faz isso muito bem. Com o ser humano é preciso apenas saber lidar, senão o barco não anda. Lembre-se, citei Cristo contudo respeito o seu ceticismo.

E assim é o Bruninho...um homem-menino-moleque que tive o prazer de acompanhar, de sorrir bastante com algumas características bem peculiares, como por exemplo, jogar a roupa na gaveta, socar mesmo até ela se ajeitar entre as outras, e aí ninguém sabe se é uma gaveta ou um cesto cheio de papel amassado. Porém, o moleque se faz homem quando, a mesma roupa que amassa, engoma como ninguém. O menino também se faz homem responsável quando dirige eficazmente pelas ruas tão transitadas de Teresina, e, mais homem ainda, quando sustenta vovó Eliza nos braços até chegar ao quarto andar do condomínio, mesmo que esbaforido. Por isso alegre-se, fofuxo, você tem exercício físico todos os dias e de graça.

Esse é o Bruno que ninguém ainda teve o privilégio de descobrir. Aquele que ninguém sabe se fala ou balbucia as palavras, que se irrita com facilidade, que é impaciente por excelência, mas que logo se refaz. Essas amolações perduram pouco, é só por alguns momentos, basta fazer cócegas e o seu luminoso e branco sorriso volta a estampar, dando feitio e complementando a sua linda e inocente beleza. Aliás, paizinho, você é todo lindo por fora, todos sabem. Agora, por dentro só reconhece quem tem sensibilidade.

Beijos,

TIA ELIAN

27/12/2010.