PRINCESA COR DE JAMBO

PRINCESA COR DE JAMBO

Prezada e terna Giane,

Conforme o prometido estou te escrevendo para dar início a um prévio conhecimento, e depois estreitar as nossas relações de amizade.

Fiquei deveras encantado com a tua voz, melodiosa, cheia de suavidade dando-me a impressão de tratar-se de uma mulher muito carinhosa.

Admirado também fiquei, pela tua versatilidade e reconhecida inteligência.

Tu és sagaz e rápida no raciocínio, aliás, coisa muito incomum hoje em dia.

Deste-me também a impressão de ser uma mulher: prática, resoluta e que pretende com toda a razão conquistar os teus objetivos.

Torço por ti, pois deves merecer todas as oportunidades que a vida oferece.

É sem sombra de dúvidas que estou inclinado a te conhecer melhor, aliás, o que não desprezo em hipótese alguma, eu gosto de me acercar de pessoas inteligentes, interessantes e bonitas.

Eu sou uma pessoa, como se diz introvertida, eu sou um estudioso de filosofia, teologia e conhecimentos maçônicos, que é uma escola de pura filosofia da vida.

De certa forma e como dizem os argentinos, “tenho ganas de te conhecer”, acho até que podemos nos dar muito bem, sinto-me orgulhoso de ter essa oportunidade de te conhecer, para mim, é como se fosse um elogio, uma honra, pelo que desde já fico eternamente agradecido.

Minha feitura emocional é nitidamente romântica, coisa muito rara hoje em dia, a maioria dos homens não é muito romântica por absoluta ignorância, preferem um machismo anacrônico, sem sombra de dúvidas, que é uma questão de cultura.

Eu apesar de não ter tido muita sorte com as mulheres, ainda permaneço achando-as as coisas mais lindas do mundo.

Elas são portadoras inerentes do carinho, da ternura, do afeto, da graciosidade e do amor.

Vejo-as assim talvez porque tenho lá as minhas veias poéticas, todos me acham poeta, às vezes me acho poeta, mas muitas das vezes penso que me iludo.

E como penso que sou um poeta, fica prometido para a próxima correspondência um poema dedicado somente a ti, talvez eu escreva sobre uma mulher morena, cor de jambo e abrasileirada.

Como havia te falado talvez te enviasse o poema “Flor-de-lis”, mas acho que ele não é para esse estágio do nosso conhecimento.

Flor-de-lis é um poema de puro amor, nele eu extravaso todas as minhas carências emocionais, chegando a admitir que, eu não sou mais capaz de amar ou as pessoas, principalmente as mulheres, não gostam de serem realmente amadas.

Portanto, o poema fica para um futuro, é claro se houver esse futuro.

Temos de combinar uma forma de a gente se conhecer já que em tua casa não é recomendável, fica contigo essa incumbência de propiciares uma forma, um lugar de a gente se achar e se conhecer realmente.

Fico ansioso por esse dia, mesmo temendo que tu venhas a te decepcionar comigo, porque fui agraciado por Deus com uma boa cabeça, entretanto ele não me favoreceu com uma boa estampa.

No futuro, quando eu partir para a eternidade iremos acertar o porquê de Ele ter me feito assim.

Ele deve ter lá as suas razões.

Graciosa Giane, para terminar esta carta eu quero te dizer o seguinte, antes que tu me aches um escritor chato e medíocre, digo-te que:

Para nascer, nasci.

Para viver, vivi.

Para amar, também amei.

E se for para amar de novo, amarei com toda a minha intensidade emocional.

Obrigado por ter essa oportunidade de te escrever, aguardo com muito carinho uma resposta tua, se eu for merecedor é claro.

A ti, mesmo não te conhecendo, quero-te como flor.

Eráclito

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 14/12/2006
Código do texto: T317872