Para meu amado Filho - Carta - (hoje aniversaria)

Há 32 anos por esta hora (00:30horas), as contrações iniciaram e às 13:30 horas do dia 22 de outubro dei a luz ao meu primeiro e único filho; Joaquim Bernardo, na cidade de Porto Alegre no Hospital da PUC-RS.

Estava já para adormecer quando recordei de 3 singelas canções que compus para meu amado Jô. Como não as registrei no papel na época, não as recordo na íntegra, mas agora digito-as cantando baixinho, relembrando a doçura de acalentar entre os braços e amamentar meu menino.

Passei cinco dos nove meses de gravidez em uma fazenda no MT, Município de Nobres, motivo pelo qual a primeira cantiga refere-se ao cerrado matogrossense.

Passarinho cantou lá no cerrado

Passarinho acordou a criançada

Pra tomar banho de rio

Pra tomar banho de rio com borboleta

E a gente cantando acordou a flor

E a flor abriu os olhos

E a flor abriu os olhos

Pra ver tamanho amor

Logo, logo Joaquim

Vai aprender com beija flor...

Passarinho cantou

Passarinho voou... (para Joaquim terceiro dia -25 de outubro de 1979 )

*-*

Joaquim é um menino

Um menino azul

Joaquim pode ser um anjo

Joaquim pode ser o que quiser

Porque Jô é criança

Esperança no coração de sua mãe... ( para Jô 2 meses - dezembro 1979)

*-*

Mamãe eu vi árvore

Mamãe me dá a flor

Mamãe eu vi o sol

Mamãe me dá teu calor

Mamãe eu vi a nuvem

Mamãe também quero viajar

Mamãe eu vi o mar

Mamãe quero nadar

Mamãe ouvi a música

Mamãe me ensina a cantar

Mamãe eu vi a criançinha correr

Mamãe me ensina a andar

Mamãe eu vi a ave

Mamãe também quero voar

Mamãe te ouvi rezar

Mamãe me ensina a louvar

Mamãe, mamãe...

Te vi a fruta colher

Mamãe me ensina a viver- ( Para Jô aos cinco meses de idade, março 1980-cantava enquanto o levava à escolinha maternal

na Rua Venâncio Aires –Bairro Bom Fim.POA-RS-BR)

*-*

Querido Filho algumas coisas pude ensinar-te e auxiliar-te em tantas outras; como em tuas descobertas e principalmente emprestar-te o gosto por algumas artes, pelos esportes, o respeito e cultivo das amizades bem como a admiração à natureza e afeto sem distinção por todos seres vivos.

Da literatura, apesar de viver cercado de livros não te afeiçoaste. Lembro que certa vez disseste, por volta dos nove anos de idade- tenho ciúmes dos teus livros, abro, leio e não entendo nada-, referindo-te à filosofia.

Bem fazer o que, pelo menos a língua inglesa bem dominas com sabor, acompanhavas-me às aulas. Enquanto eu passava a matéria aos alunos, ficavas sentado no corredor repetindo tudo que eu dizia, os alunos riam muito e eu quase não podia segurar-me. A porta da sala de aula ficava aberta e tu com teus quatro anos de idade brincando e tagarelando sob a sombra das árvores matogrossenses.

Já antes dos dois anos ensaiavas cantar em inglês Sunshine On My Shoulders de John Denver (OUVIR em http://letras.terra.com.br/john-denver/10467/traducao.html) era tua música predileta, enquanto a nona de Beethoven a segunda, porém esta última “regias” apenas Orquestra e o coro.

Quero dizer-te logo mais à tarde, pessoalmente, olhando em teus olhos novamente, o quanto tua infância me ensinou, como é maravilhoso ser tua mãe e poder sentir teus braços fortes erguendo-me, quando chego à tua casa demonstrando que estás contente. Isto é para mim o maior presente.

*-*

Blog- http://alemmarpeixevoador.blogspot.com/2011/10/para-meu-amado-filho-carta-hoje.html

Fotos http://vicamf.multiply.com/photos/album/110/_OUTUBRO_2011_EVENTOS

Texto - Olhar-pensar “ arejado” nos blocos afetivos

ao meu filho amado - Publicado no Recanto das Letras em 25/01/2009

Código do texto: T1403969 - http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/1403969

virgínia vicamf
Enviado por virgínia vicamf em 22/10/2011
Reeditado em 24/10/2011
Código do texto: T3291235