O retrato

Faz séculos que não tenho a oportunidade de me encontrar com o mesmo grupo de pessoas amadas do passado no mesmo Pub, saudades de uma Santo Inácio que não existe mais e que muitos não conheceram.

As rodas de violão na Praça do Padre Cícero com Marciele, meu choro incrédulo perante a vida, a síntese dos meus "eus" que nasceram diante dos ouvidos de Tátila Inez. Zetinha grávida de Nayron ainda mais linda, Meirinha apaixonada ouvindo legião urbana e negona nerd como sempre tirando 10 nas provas,ainda falta Adailsa enchendo o saco( brincadeirinha prima te amo também).

A minha Santo Inácio que me marcou com lembranças, como a do dia da formatura que levaram para porta do colégio, Tarson com um zanbunba e um cara querendo tomar a baqueta da mão dele, eu e Madê do lado do triangulo e do acordeom, talvez essa tenha sido a lembrança da despedida de um “mundo-tempo” que não voltaria mais.

Marciele deixou a carreira artística de cantora numa banda grande, casou-se, como ela disse certa vez, esse era seu sonho, Tarson quebrou suas baquetas e se tornou fuzileiro naval, Madê realizou seu sonho de ser sargento do exercito,

desde criança ele queria isso, Zetinha e Meirinha ainda hoje têm o privilegio de estar em nosso lugar, Adailsa casou-se e teve duas filhas lindas, Negona hoje é doutora Raksandra, psicóloga e continua nerd.

Tátila Inez eterna poetisa de quem eu sou fã, se tornou uma historiadora famosa, professora universitária.

E eu vivo a sonhar com o dia em que não precisarei mais do passado como referencia de felicidade, num recanto distante do cosmos, cercado de universo por todos os lados, chamado de terra.