CARTA NÃO REMETIDA À UMA IGREJA

Cidade do missivista, 15 de outubro de 1987.

Prezada Igreja,

Segue meu pedido de “Carta Demissória” dessa GREI.

Para alguns ou na maioria esmagadora dos irmãos, é

surpresa.

Vou sem ressentimento, sem mágoas contra irmão qualquer, apesar de ter deixado transparecer isto há alguns dias. Mas não é o meu feitio. Digo-o com toda sinceridade.

Desejo todo progresso espiritual para esta Igreja.

Tenho a acrescentar que a Igreja está no caminho certo promovendo, através de seu atual pastor, o crescimento espiritual por meio do bom relacionamento entre os irmãos. Ação esta que aprovei desde o seu início.

Estarei ao dispor de toda a Igreja, principalmente daqueles irmãos que nunca se relacionaram mais estreitamente comigo, para que possamos melhor nos entendermos, como também, procurarei, na medida do possível ir ao encontro deles, quando sentir que chegou o momento. A distância não será o maior empecilho para que tais relacionamentos sejam alinhados, pois a Igreja que me receberá como membro, não fica tão distante daqui (trata-se da Igreja BA). Continuarei a residir nesta cidade.

Coloco-me também à disposição da Igreja para quaisquer serviços, desde que seja solicitado. Para tanto, estou abrindo uma caderneta de poupança, nesta data, para a Igreja começar a comprar uma Kombi, para realizar seus trabalhos externos de evangelismo, que é também sonho da irmã S de AS. Lembrem-se de que esta data é significativa para a história dos B. do B. (segundo certo ponto de vista, é a data da organização da 1ª IBB, no Estado da B) e que também se tornou o dia Nacional de Evangelização, dentre os B. do B.

Como único motivo de minha transferência para a Igreja já referenciada tenho a informar que, era, desde muitos anos meu ardente desejo fazer parte de uma Igreja pequena e que estivesse com as maiores carências a tal ponto que pudesse ser suprida, pelo menos um pouco, com minha ínfima participação.

Tenho a dizer ainda que todos: pastores, evangelistas, diáconos e outros membros se retiram de uma para outra Igreja, quando tudo está bem e, no meu entendimento (embora alguém possa pensar que não está!) creio que esteja tudo bem entre mim e esta Igreja, daí porque vejo o momento certo para a minha retirada. Tanto é que já tenho deixado saudades para alguns (como também eu sinto as minhas).

Tive luta intensa durante uma semana, antes de tomar esta decisão. (Eclesiastes 3.1,5b).

Não sei se alguém derramou lágrimas, mas as minhas, creiam, foram derramadas pelo sentimento de ter que me retirar!

Até a próxima!

FLJ