Pensei
Pensei tê-lo encontrado fisicamente, não nesse meio de comunicação.
Pensei ter mais intimidade para poder falar o que penso.
Pensei que falasse mais de si, como falo de mim.
Pensei que não precisasse esconder meus e-mails e que alguém porventura pudesse ler. Pensei no baile encontrar aquele que disse gostar de meu olhar.
Pensei poder roçar nele feito serpente, de olhar envolvente e sincero.
Pensei ter ouvido ou lido que sou um vício bom. Vício costuma ser ruim e dele tentamos fugir. Seu vício é mulher. Não sou uma qualquer. Por isso, este vício está longe. Não é vício. É brinquedo.
Este seu brinquedo predileto não tem manual. Mas é de fácil manuseio, é só saber “usar”. E sabendo, não quebra. Mas muda de mãos.
Pensei dar amor diferente. Você me interpreta sem originalidade. Somos únicos. Você e eu.
Pensei não ser mais uma na sua lista. Serei menos uma. Não gosto desta subtração. Prefiro a igualdade.
Pensei que estivesse envolvido. Quem sabe ainda não encontrei alguém que me merecesse? – palavras suas.
Pensei poder falar aos ventos o motivo de minha alegria. Talvez ele (o vento) a levou por inveja
Pensei...
E de pensar, “Inês é morta.”