COMUNICADO DE ACIDENTE DE TRABALHO (CAT)

COMUNICADO DE ACIDENTE DE TRABALHO (CAT)

AS VIAGENS COM BITREM TANQUE GERALMENTE exige privação do sono nas noites de carregamento de combustível em Porto Velho, pois a gente passa o dia inteiro pra ir de Santa Luzia d'Oeste à Porto Velho (500 km) sem poder ultrapassar 80 km/h.

Chega lá caminhão fica numa fila na Rua, pois não tem um pátio na empresa, daí não pode dormir senão outros passam na frente, tem que tá sempre puxando o cargueiro pra frente, isso leva horas até chegar a vez de carregar que nunca é antes da meia noite.

O motorista é obrigado a ajudar carregar seu caminhão, exceto os da CAIRU TRANSPORTES que tem um motorista exclusivo pra pegar lá fora e carregar os caminhões e entregar carregados lá fora, os motoristas nem se sujam de combustível.

Nós temos que usar capacetes, óculos, máscara, luvas, cinto de segurança e subir na plataforma, abrir as tampas dos compartimentos de carga e colocar os braços de carregamento dentro dos tanques e o operador de carregamento auxilia nos comandos numéricos que registram a quantidade a ser abastecido em cada tanque.

Ao encher cada compartimento o motorista tem que erguer/levantar o braço carregador para escorrer o combustível que fica no cano cheio de joelhos giratórios por 3 vezes, girar ele e recolher no local devido, no meu caso 5 operações dessas, devido ser dividido o reboque em 2 compartimentos e o semi-reboque em 3 compartimentos.

Esses braços são muito pesados e possuem molas para auxiliar no levantamento. Ocorre que nem sempre funcionam.

Esse trabalho exige muita energia e atenção, se fizer com sono é muito perigoso, um pequeno descuido pode ser fatal.

Pra evitar o sono eu tomo pó de guaraná, mas deixa a gente muito agitado.

Certo dia ao fazer muito esforço para levantar um braço carregador cheio de Diesel, que estava com a mola recolhedora danificada senti um estalo e muita dor na coluna, e escorreguei deixando o braço cair e derramar Diesel sobre a plataforma, e molhou minha calça do uniforme e bota.

Daí o operador de carga terminou o serviço de carregamento, recolheu as amostras, e eu fui descer com as 5 garrafas de amostras nas mãos, as botas molhadas de Diesel escorregaram e caí de costas na escada de ferro, daí quase não consegui levantar, o operador me ajudou e perguntou se eu conseguiria viajar ou queria que comunicasse a empresa, eu respondi que achava que conseguia viajar. Ele pediu pra eu retirar o caminhão da plataforma pra outro entrar, eu tirei e estacionei perto do escritório e pedi pra falar com o Gerente.

Eu veio e contei o ocorrido, pedi para fazer um Relatório, pois eu podia precisar. Ele perguntou se eu era registrado na Empresa, respondi que não. Ele falou que se fizesse o Relatório poderia prejudicar a Empresa (meu patrão), eu me estressei e falei que ele não tava nem aí para os motoristas, que vários braços estavam com as molas danificadas fazia meses e ele não mandava arrumar, que nem banheiro descente para os motoristas não tem, tem só duas portinhas, uma com.um.sanitário, e outra com chuveiro, que ninguém limpava o banheiro, que não tem pátio para os caminhões, tem que ficar na rua, nas poças de lama.

Ele por sua vez gritou comigo apontando algumas irregularidades no caminhão que nunca havia reclamado antes, mandou eu me retirar e nunca mais voltar a carregar lá que eu já estaria bloqueado e ele já iria comunicar a minha Empresa.

Como no dia do acidente foi carregamento diurno, parei numa farmácia para tomar injeção pra dores, cheguei em Santa Luzia d'Oeste à noite, no outro dia fui no ortopedista em Rolim de Moura Doutor Sidney Strada, ele me consultou, tirou radiografias e deu 15 dias de Atestado e prescreveu uns medicamentos, e pediu pra retornar com 15 dias, eu retornei, ele olhou dinovo os Raio X's e perguntou onde eu havia acidentado, relatei o fato.

Ele falou: Se eu escrever tudo que estou vendo aqui, a SHELL tá ferrada.

Eu falei: faça o seu trabalho.

Daí do nada ele gritou comigo falando que sabia o papel dele, eu gritei também, e falei um monte de coisa, ele falou que não ia me atender mais.

De repente ele se acalmou e pediu o número de telefone da minha empresa e ligou e contou o ocorrido e orientou que me levasse num neurologista ou psiquiatra.

Depois mandou eu me retirar e que não voltasse mais lá.

Daí então agendei a perícia no INSS de Rolim de Moura, entreguei os documentos com o Laudo do Ortopedista mas faltou a CAT, eu nem sabia o que era CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), daí me estressei, o atendente se estressou comigo também é chamou a PM que pegou minhas cópias de documentos e o Laudo e conversaram com o chefe seu Milton que estava me atendendo pra tentar resolver sem me conduzir por desacato à autoridade administrativa.

Daí seu Milton ligou no 135 e reagendou minha perícia pra Alta Floresta. Os PMs pediram pra eu me retirar do local.

Os documentos ficaram com seu Milto, ele só me entregou um papel anotado dia e hora pra eu comparecer no INSS de Alta Floresta.

Fui na data marcada e estava fechado por conta da pandemia, daí surtei lá também e quase fui preso.

Depois disso mexi com mais nada.

Léo Nardo WebSniper
Enviado por Léo Nardo WebSniper em 12/04/2023
Reeditado em 12/04/2023
Código do texto: T7761905
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