Divagações de última hora

É comum às culturas ocidentais ou ocidentalizadas, nesta quadra festiva desejar boas festas e feliz ano novo. Eu também o faço. Fica bem. O contrário parece que nos faz mais vazios de sentimentos (aos outros). Ora, quem tiver bons princípios e valores humano-éticos a defender, parece sentir-se amesquinhado por só nesta quadra os revelarmos. Por mim dispensaria, por achar a época ser propícia a algumas hipocrisias, que de todo, não comungo. Falta algo a todos nós para melhorarmos o nosso posicionamento gregário e respeitoso das diferenças, de todas as diferenças, quer elas sejam de índole económica, de cor, de religião, de cultura, de língua, de raça, de etnia, de género, de idade ou de quaiquer outras. Pena que a sociedade se comporte pior que a do reino animal, a qual é exclusivamente predadora das outras espécies e só por questões se subsistência. A nossa espécie não soube dar bom uso às capaciades que nos distinguem dos outros animais e subverteu-a, de tal modo que acabamos predadores da própria espécie, além das outras espécies que contribuem para o equilíbrio ecológico da nossa casa (TERRA). Nós, jamais iremos ter o privilégio de ver os povos fazerem da sua casa (Terra) o espaço de todos e para todos, com justa redestribuição e equidade geral, e também tenho dúvidas se isso alguma vez possa acontecer. A culturação dos povos não tem sido bem orientada e a materialidade assentou arraiais como primado de vida, escolhendo os "melhores", esquecendo que há muitos outros que merecem ter dignidade. Refiro-me aos menos capazes intelectual, fisica e económicamente. Aliás, estes deveriam ser os primeiros a receber o apoio dos mais inteligentes, fortes e mais ricos. Seria assim que a superioridade se deveria revelar. A vida é uma breve passagem que muita gente ainda não intuiu e que uma breve dor de cabeça é suficiente para mostrar as nossas fragilidades. Tenhamos sensibilidade e faça-mo-la chegar aos centros decisores para que nos saibam representar nas nossas aspirações de justeza e justiça. Não querendo ser chato, fico-me por aqui, reafirmando o chavão padronizado e culturalmente instituído: FELIZ ANO 2008.