A Lenda do Soquete
Gurupá, Pará, Brasil, século XX. Conta a lenda, que Gurupá, quando ainda possuía apenas três ruas e a energia elétrica terminava meia noite, viveu um fato horripilante.
Diz o povo que um senhor dormia em sua residência e acordou assustado com um barulho alto, estrondoso, que parecia estar escavando a rua, derrubando as casas era como se o mundo estivesse acabando naquele momento.
Soava Trrrráááá, tráááá, tráááááá, trrrrooooommmm.
Tremendo de medo, viu que o barulho já havia passado da frente de sua casa. Respirou fundo, sacudiu a cabeça e pôs a cara fora da janela. Aturdido pelo barulho ele quase desmaiou. Não acreditava no que via.
Um homem grande, diferente, forte, alto, todo vestido de branco e arrastando um caixão puxado por uma grossa corrente.
No outro dia, as pessoas conversavam sobre o que poderia ser aquele barulho e aquele fantasma. O senhor que viu o Soquete, ficou doente. Sentia muita dor de cabeça por causa do barulho do Soquete e faleceu alguns dias depois.
Foi quando outro senhor de mais idade contou a história de um gringo desconhecido que por lá morreu, há muito tempo e não queria ser enterrado em terras gurupaense. Por isso, perambula nas noites escuras carregando seu caixão.
Ainda hoje, pessoas dizem ter ouvido um rastejo de caixão e de correntes pelas matas em noite de luar.
Lenda colhida na Oficina de Língua Portuguesa em Gurupá - Pará
em 14 de agosto de 2009. Autores: Sônia Portugal, Naldo Neves, Cristovam Alho, Paulo Sergio e Bruno Portugal