As rosas também choram Meu Amor.

Violet estava passeando por um parque florido e resplandecente, sentindo em sua pele clara e suave como o mais puro orvalho da madrugada, um friozinho morno .. a brisa doce da noite a assoviar melodias sonhadoras.

Observada uma rosa lilás de rara beleza quando sentiu um olhar ardente e insistente sobre ela, ante mesmo de erguer a cabeça e verificar quem lhe lançava tão forte olhada, sentiu o corpo estremecer, um aroma adocicado de lembrança penetrou sua alma e Violet quase sucumbiu a um delírio incontrolável e inexplicável.

Soergueu-se lentamente, até seus olhos encontrarem aqueles olhos... ah aqueles olhos, nunca vira nada tão belo e envolvente em seus trinta outonos luminosos.

Um suspiro ecoou das profundezas do espírito... uma batida de coração inundou o universo... tudo parou exatamente na velocidade de um piscar de olhos. Ali, assim, tudo mudou e por puro encanto de toda alma ela se apaixonou.

A cor de seus olhos não pode ser definida com simplicidade, é um misto de pecado e divindade. Seus lábios são brasas bem desenhadas e sua pele é a mistura do mais perfeito chocolate com a magnitude da meia-noite em que fadas bailam pela floresta com seu riso inflamado de amor.

Todo de branco diante dela, a luz radiante de um despertar... as rosas cantam em volta dele com deleite e doçura. Ela rende o coração em pura ternura.

Ele sorri, ela também. Ele senta no banco ao lado das flores, ela sente os joelhos tremendo e senta ao lado. Ele olha com firmeza para ela...ela sente as bochechas queimando. Ele acha aquele rubor lindo... ela percebe e a pele arde ainda mais.

As palavras não saem...até que ele diz simplesmente:

- Linda noite não é mesmo? Sou Marcos, prazer em conhecê-la senhorita...?

- Violet – diz ela, com uma voz suave, para não dizer tremula – Prazer em conhecer você Marcos. A noite esta encantadora hoje e as flores também.

- Gosta de rosas pelo que pude perceber... também as aprecio, são inocentes e cândidas mas ao mesmo tempo poderosas, temperamentais e vibrantes.

- Rosas são como mulheres – diz ela respirando profundamente – É preciso cuidar para que o coração floresça e a alma se abra inteiramente ao mais delicado toque.

- Assim como as mulheres, as rosas também choram... choram sentindo a emoção de propagar o amor. Rosas choram com o ardor mais febril e perfeito que pode existir. A magia do amor cantado pelas rosas emite tons lilases, vermelhos, brancos, amarelos, negros ou multicores, assim como são muitos os amores e todos eles passam por todas as cores. A mulher também...vai de um rosa singelo á um vermelho escaldante, revelando toda sua alma ao ser amado.

Silencio. Ele parece tão irreal... ela chega a imaginar que aquele homem é a sua mais vivida ilusão.... mas não, ele existe, esta diante dela como um filosofo com alma de poeta, enviado pelos deuses em resposta ao seu coração carregado de saudade. Uma saudade que vem não se sabe de onde, não se conhece o porque, simplesmente é.

Ele a fita demoradamente. Ela não sabe o que fazer e nem ele. É sentimento... puramente sentimento que não precisa de alento ou tormento... apenas sentimento que não sabe medir o tamanho do contentamento de eternizar a consumação de um juramento de amor eterno, realizando-se uma vez mais ali... um juramento de amor pleno que jamais pode ser desfeito pelo tempo ou pelo falso esquecimento.

Cantam as rosas em lagrimas, lagrimas de felicidade... não há mais lamentos... cantam os lábios a eterna e perfeita sinfonia do amor sem fronteiras. A poeira do tempo passado se extingue no terno abraço dos lábios enfim selados.

Essência di Ana
Enviado por Essência di Ana em 17/10/2010
Código do texto: T2561297
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