UM AMOR INTERROMPIDO
 
Ano de 1955, cidade de Rio de Janeiro, Numa certa rua da Tijuca morava com sua familia uma
mocinha que embora não sendo bonita, tinha algum atrativo, era sensual e de certa forma
agradava aos rapazes. Ela era namoradeira, mas seus namoros não duravam mais que um fim
de semana, no máximo quinze dias. Ela não conseguia apegar-se a ninguem.
Num certo dia, num de seus passeios com as amigas na pracinha perto de sua casa. ela
encontrou com uma velha amiga dos tempos de escola primária. Essa moça ia ficar noiva e
convidou-as para a festa.
Mariana, este era o nome dela, ficou meio temerosa de ir a uma festa onde não conhecia
ninguém, pois a noiva estaria ocupada com todos os seus convidados. Porém, chegando o
·                   sábado, ela resolveu que iria a festa. Colocou seu melhor    vestido, arrumou-se com muito
·                   cuidado e convidou uma amiga para ir junto. Mariana estava nervosa de entrar na
·                   festa, mas a amiga não deixou que voltasse para casa.
·                   Assim, as duas chegaram e foram recebidas muito bem pela noiva que foi as apresentando
·                   para todos os presentes e inclusive para seus irmãos.
Logo que entrou , Mariana viu um lindo rapaz moreno, com olhos negros e seu cabelo caindo
um pouco na testa, muito bem vestido e chamava a atençao. Num repente seus olhares se cruzaram e ele deu
um sorriso e encaminhou-se para perto. A noiva aproveitou e já o apresentou como seu irmão
mais velho. Seu nome era Josué. esse momento começou a tocar um bolero da época chamado
Contigo em La Distâcia, e ele a tirou para dançar. Ela muito tímida disse que não sabia dançar, mas ele
não se importou. Apenas a segurou com suavidade e disse, tudo bem....basta me acompanhar.
Assim, os dois dançaram toda a noite juntos e ela estava deslumbrada com aquele paraz tão lindo
dando atenção apenas a ela.
Antes de ir embora, ele se ofereceu para levá-las   em casa. Foram caminhando os três vagarosamente
e antes de deixá-la na porta, marcou encontro para o dia seguinte às 17 horas para passearem.
Mariana naquela noite dormiu sorrindo, depois de muitos devaneios junto aquele belo rapaz que
não lhe saía da cabeça.
Era domingo, dia dela ir à praia, mas não foi, ficou em casa, cuidadando dos seus cabelos, e na
hora do encontro, ela tremia de nervoso. Na esquina lá estava ele, belo, elegante,esperando por ela.
Quando se aproximou ele caminhou até ela e deu-lhe um beijo na mão.
Os dois se apaixonaram de forma dificil de se ver. Eram felizes e só esperavam o dia de novamente
se encontrarem,. Ele trabalhava e só se viam nos feriados, sábados e domingos.
Esse namoro durou quase seis anos. Na época ele era considerado muito velho para ela, mas isso
não os incomodava, o importante era o amor deles que era muito forte e sincero.
Tudo ia bem até que um dia, por motivos familiares Mariana se viu obrigada a terminar seu namoro
com Josué. Sem coragem de enfrentá-lo, ela escreveu uma carta e mandou um menino entregar.
Ele leu e sem entender nada, chorou alí mesmo no portão do prédio convulsivamente. Mariana ficou
tão infeliz, que não quis mais namorar, ira ao cinema, nada...só ficava no quarto a chorar.
Em menos de um mês seu pai mudou-se para outro bairro bem distante e ela nem podia mais
vê-lo passar.
O tempo passou, vários anos se passsaram em que Mariana não achava ninguém que pudesse substituir
Josué.
Todos achavam que ela o havia esquecido e que aquele namoro nada mais era que mais um na vida dela.
Estavam enganados. Eles nunca mais se viram.
Em 1968, Mariana casou-se com um rapaz sem amá-lo,porém acreditando que , por ele ser bem diferente de Josué, este era alourado, olhos castanhos bem claros, era alto e parecia ser muito bem educado.
Porém seu casamento não deu certo. Ela não era feliz. Ele por sua vez, confessou que nunca conseguiu amar
ninguém; inclusive Mariana que achava boa moça. Acontece que eles tinham um filho e Mariana era uma pessoa medrosa da vida, nao querendo
criar o filho sozinha, continuou casada mesmo assim. Passaram-se os anos.
Mariana já era uma mulher de meia idade e agora a diferença entre ela e Josué já nao era um escândalo.
Num belo dia, por acaso do destino, eles se encontraram.
Ele quando a viu, abriu aquele sorriso lindo para ela. E ela o abraçou não sem antes pedir que
não usasse bigode, pois ela não gostava e ele ficava diferente do Josué que ela tanto amava.
Os dois, foram de carro para um lugar aconchegante e entre juras de amor eterno, os dois se amaram
o que puderam matando aquela saudade que virava uma doença.
Marcaram encontro para o dia seguinte e quando ela o viu, sorriu alegre e num abraço bem apertado disse
em seu ouvido.: - Esse é o meu Josué. O josúé que tanto amo. Ele havia tirado o bigode.
Eles conversaram, cada um contou um pouco de sua vida e depois de um tempo, Josué convidou mariana
para irem para um motel. Ela fora criada com mutito rigor, até certa violência e recusou o convite que
por tantos anos ansiara.
Josué, ainda insistiu dizendo que os dois que se amaram por todos esses longos anos, e que foi
tão sofrida a separaçaõ , mereceiam ter momentos de amor. Ela se manteve irredutível, com medo de
parecer uma mulher sem classe e ele com o rosto bem magoado a voz embargada, falou:
-Não tem importância , Mariana, não demora muito e um de nos morre e aí acaba tudo de uma vez.
Em silêncio Mariana com um abraço apertado e um beijo bem dado, despediu-se sem que macassem novo
encontro.
O sofrimento dos dois foi novamente terrível, para ele e para Mariana que cada vez piorava a situaçao
de seu casamento.
Um dia, ela cansada de sofrer foi até o prédio onde Josué morava e perguntou ao porteiro se ele sabia se Josué ainda morava no mesmo apartamento. Ela disse ser uma amiga antiga e arriscou tudo para
dizer que iria com ele para qualquer lugar, pois o amava mais que a própria vida e não
surportava a ideia de nunca mais vê-lo.
Recebeu do porteiro a noticia de que eles haviam se mudado e que este soubera que Josué havia
morrido.
Mariana nada disse, não teve nem como perguntar onde, como de que mal ele havia
falecido. Acenou para o porteiro um agradecimento e voltou para casa.
Para Mariana a vida passou a não ter mais valor, para ela pouco importava viver ou morrer.
Muito pelo contrário, ela pedia a morte toda noite antes de dormir. Sabia que sua vida infeliz
não teria momentos de alegria com seu amado. Ele partira sem poder lhe dar um adeus
Ela considerou um castigo divino, achava-se uma pessoa muito feia, pensava que sua infelicidade transfigurava
seu rosto numa pessoa sem aqueles atrativos de outrora.
Com um péssimo casamento, ela resolveu não mais falar, evitar as pessoas com quem se dava antes, e isolar-se na medida do possivel até dentro de sua casa.
Mariana queria sofrer muito mais, para pagando suas dividas, sabe-se lá para quem, poder deixar esse
mundo e ir ao encontro de seu Josué e com ele ficar na eternidade.
naja
Enviado por naja em 19/04/2011
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T2917879