Imagem: Flor típica da Chapada dos Guimarães (onde se passa uma importante parte da minha história).

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*Amigos, resolvi a partir de hoje, publicar alguns trechos do meu livro A Ponte dos Sonhos. Ele está em fase de revisão – devido ao novo acordo ortográfico – e o publicarei em breve, se Deus quiser.

*Gostaria muito que meus amigos poetas do Recanto das Letras participassem um pouquinho dele, enviando -me suas impressões, opiniões, críticas, enfim, o que acharam sobre ele. Embora ele já esteja escrito e registrado, essa participação de vocês é muito importante para mim.

*Obrigada a todos os que dispuserem um tempinho para lê-lo.

*Como não sabia ao certo o setor da minha escrivaninha que pudesse servir a esse meu propósito *(aliás, não sei se é inédito aqui no Recanto esse procedimento, mas decidi fazer), os publicarei sempre em CONTOS.

*Escolhi o início e alguns trechos que considero importantes para sua compreensão sobre o que se trata a história. Escolhi também os mais fortes, emocionantes e que mais gosto no livro (se bem que é difícil, pois gosto de todos) rsrs...

*Obrigada de todo meu coração a todos que comentarem!

 
 
* O início dela se passa na cidade de Bento Gonçalves, no Sul do Brasil.  
 
* Outra importante fase do meu romance se concentra na Espanha, numa encantadora cidadezinha chamada Cuenca.


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TRECHO DO MEU LIVRO - 1


 
O novo dia chegava, devagar...
Devia ser perto de cinco horas da manhã.
Betina acordou e foi à janela olhar as estrelas, que pouco a pouco iam se apagando.
Tudo estava ainda encoberto pela geada do dia anterior.
Ela ficou ali, olhando a natureza que acordava.
Alguns minutos depois um tímido sol tentou, com alguma dificuldade, romper entre as nuvens. Tarefa difícil...
Betina assistia a esse nascer de sol gelado e via a paisagem ir, aos poucos, se modificando.
A cidade estava cheia de turistas. Todos queriam ver a neve. A pousada devia estar uma loucura! – pensou.
Mas aquele era o seu dia de folga e ela só queria descansar.
Decidiu que sairia para almoçar em alguma pequena cantina bem aconchegante. Mas ainda era muito cedo.
Tomou café, arrumou um pouco a casa e algumas gavetas.
Saiu quase ao meio-dia.
Havia muita gente pelas ruas. Várias crianças se divertiam tentando montar bonecos de neve sob os olhares atentos dos pais, tão divertidos quanto os delas. Era bem provável que tivessem vontade de fazer o mesmo, mas... cadê coragem?
Após o almoço voltou logo para casa.
Onde estaria Heitor? – pensou. Pegou o telefone, mas logo desistiu: lembrou que aos sábados ele dava aulas particulares de Matemática e mantinha o celular desligado.
Resolveu ler um pouco. Não conseguiu se concentrar na leitura. Seu pensamento estava longe. Tinha a impressão, de uns tempos para cá, de que ali não era o seu lugar. Aliás, impressão não: era quase uma certeza.
Ligou a televisão, mas logo pegou no sono. Sonhou alguma coisa, da qual não conseguiu se lembrar ao acordar.
Já era noite.
Tomou banho, fez um sanduíche e assistiu a um filme na televisão.
O dia seguinte, apesar de ser domingo, era dia de trabalho. Sua folga era apenas aos sábados.
Na manhã seguinte acordou às seis horas, fez café e se arrumou.
Diante do espelho penteou os cabelos e ficou algum tempo se olhando. Era uma mulher muito bonita. Tinha vinte e cinco anos, era alta, olhos esverdeados, longos cabelos castanho-claros. E namorava Heitor, que a chamava de bruxinha por ser tão mística. Ela ria, não se importava.
Era decidida, firme em suas convicções. Aprendera desde cedo a caminhar com suas próprias pernas e a tomar suas próprias decisões. Era dona de uma fortíssima intuição – que ultimamente lhe dizia, sem parar, que alguma coisa estava para acontecer. Algo que mudaria radicalmente sua vida.
Mas, naquele momento não podia parar para pensar em nada disso: era hora de trabalhar.
Pegou a bolsa e saiu.