O drama circense
O palhaço então colocou a roupa,
Maquiou-se e repetiu várias vezes algumas citações.
Disse a si mesmo que poderia,
Pois era fácil para ele arrancar gargalhadas do público.
Foi caminhando em direção do palco e repentinamente parou...
– Para quê arrancar gargalhadas
Se nem ao menos arranco o meu próprio riso.
Se busco incessantemente a graça e ela me escapa.
Para quê se iludir ao ver os risos dos outros
Se meu próprio riso é mudo. –
Pensou, e caminhou para o outro lado,
O lado contrário do palco.
Numa imagem esdrúxula o palhaço sai do circo
E andou pela rua, triste!
– Se não consigo ser feliz ou dar risadas,
Como vou fazer os outros felizes,
Como vou arrancar delírios...
Palhaço estúpido! –