Refletindo sobre a imensidão

Sentada à beira de um lago azul, Amanda num fim de tarde, refletia sobre a imensidão da abóbada celestial.

Ela vinha sempre naquele lugar quando se sentia aflita e precisando pôr as ideias em ordem na sua cabecinha "maluca", como achava que era. Ao menos ali não seria perturbada por nada nem por ninguém.

Sem perceber que estava sendo observada atirava pedrinhas, uma a uma na água cristalina. Apenas para espantar o silêncio de seus maus pensamentos e sentimentos conflituosos.

A onda feita com o impacto das pedrinhas na água - espalhava-se até o próximo evento. Neste processo, alguns redemoinhos se faziam presentes dissipando algumas tristezas, dúvidas, e o martírio de suas dores enraizadas, desde que descobrira que estava sendo traída pelo seu grande amor.

Nada parecia ter maior significado do que a imensidão do universo, o mistério das coisas de Deus, e própria vida.

Era uma mulher devota e sua fé certamente não seria diminuída pela ações de pessoas más. De pessoas que não conheciam o significado da palavra "respeito ao outro", e do compromisso com a verdade.

Pôde sentir sua comunhão com a natureza, com a bondade divina.E tinh a sorte de não desistir de nada em sua vida. Prometera a si mesma não desanimar, nem fraquejar afinal, precisava criar suas sues até se tornaram rapazes e cuidarem das vidas. Até lá, ela seria seu porto seguro - fosse o que fosse, acontece o que acontecesse...

Embevecida de momentos bons e ruins sabia; - acontecia com todos os seres humanos.

Seus medos, seus segredos, eram ali compreendidos, ou ao menos suportados.

O casamento em desarmonia, sabia que a qualquer momento o fio que a ligava ao pai de suas filhas poderia se romper. mas não queria antecipar nada. Deus era seu rei e seu senhor - o que fosse feito, estaria feito.

Toda vez que se recordava de algo desagradável, atirava uma pedrinha para banir os maus pensamentos, como se quisesse esquecê-los e assim ia aquietando-os um a um.

O sol se punha vermelho e saudoso como se quisesse mostrar-lhe o funcionamento do ciclo das coisas- o ciclo da vida. Ele escondia-se e apareceria misteriosamente no dia seguinte, brilhante, para iluminar todo o planeta e enfim fazer novamente sua partida, dando lugar a lua para sua romântica passagem.

Quem dera pudesse ficar ali por mais tempo!!

A água, agora paradinha trazia-lhe uma eterna calmaria e a sensação das energias renovadas. Aquele lugar era sempre seu refúgio. Servia-lhe como uma oração de fé e gratidão para prosseguir de pé. Teria que voltar para casa antes que as crianças chegassem do passeio com a escola. Prepararia o jantar e continuariam seu compromisso - já que a vida lhe parecia um cata-vento, ou uma roda gigante em pleno movimento. Ela precisava fazê-la girar que houvesse ou não algum vento em seu favor. Apanhou o caminho de volta para casa e levou consigo a seguinte mensagem: "aquilo que não te derruba, te fortalece".

DI MATOS
Enviado por DI MATOS em 30/10/2007
Reeditado em 03/12/2023
Código do texto: T716897
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