Assassínios

Não posso negar, estou fugindo agora.

Deixei as torneiras abertas

e o cachorro não parava de latir.

fiz tudo quanto podia:

a toquei nas partes certas;

a vigiei durante o dia,

mas não pude deixar de odiá-la

naquela noite.

Não posso fugir, estou negando agora.

O cachorro estava faminto

e eu dormia a dois dias.

Ninguém me ligou

pra dizer o que eu podia fazer.

Eu vi o jeito que ela o olhou;

ele fez questão de sorrir e

já não acredito em novos amigos.

Não posso parar, estou mentindo agora.

Sei que ninguém nunca vai saber;

matei aquele cachorro

quando parti.

Não podia nem imaginá-los juntos.

A coisa mais fácil que já fiz:

Ela dormia.

Ele mijava.

Não posso mentir, estou parando agora.

É longe demais e ninguém

me encontrará.

O porta-malas é grande e

eu trouxe as ferramentas.

Eu gostava dela, por isso ficará intacta.

Eu gostei dele, por isso vou esquartejá-lo.

Vem aqui cachorrinho... Hora de comer.

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 29/04/2005
Reeditado em 04/05/2005
Código do texto: T13744