AMOR À PRIMEIRA VISTA
Foi se aproximando aos poucos, foi chegando de mansinho.
Como se precisasse de carinho , observou-me e eu fingi que não era comigo.
Não sabia onde eu iria mas pouco se importou, me espreitava e me seguia
Eu fazia minha caminhada matinal, cheia de disposição, com fones de ouvido num som de malhação, mas com o volume baixo.
Parecia que já nos conhecíamos, que éramos "familiar".
Fiquei com medo por ele. Na hora de atravessa a rua fui pela calçada e ele na minha cola. Por pouco ofereci-lhe a minha mão.
Esperou comigo o semáforo ficar vermelho, atravessamos. Depois se distanciou um pouco.
Teria ele receio de se precipitar e me assustar? Ao mesmo tempo que parecia tolo, mostrava-se astuto e inteligente.
Seguimos: eu na frente, acelerando o passo de forma intencional e ele andando atrás; ora corria, ora caminhava lentamente como se analisasse e apreciasse o caminho.
Era altivo, elegante, boa aparência, e parecia jovem, bem jovem.
Eu fazia caminhada, e ele...o que será que fazia por essas bandas e a essa hora da matina?
Passos lentos; ora distanciava-se, ora aproximava-se. Talvez quisesse ver qual era a minha reação já que eu não esbocei nenhum sorriso, nem receios de estar sendo seguida.
Respeitando a minha aprovação, vez por outra tentava disfarçar que estava me seguindo, me acompanhando.
Confesso que fiquei preocupada com tamanha demonstração de "afeto". Dava uma paradinha, disfarçava que estava me espreitando, depois corria ao meu lado.
Mostrava-se muito feliz em minha companhia.
(*) no caminho de volta, apressei o passo, ele também. Abri o portão, entrei e fechei. Foi então que não me contive e o acolhi com muita alegria "esse pequeno vira-lata preto, que até hoje enche minha vida de alegrias, e que atende pelo nome de Bob.
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