OS INVENTORES

Seja lá qual for o tamanho do Universo, mentalmente nós somos maiores que ele. Porque sempre que encontramos um limite nós imaginamos... "E agora? o que vem depois?". Simplesmente temos o poder da 'dúvida', de imaginar o que existe além do infinito. E sabemos que é outro infinito, acompanhado de outro e outro... Infinitos de infinitos.

O inventor do tempo era um suicida. Morreu de velhice após a sua criação.

O inventor da gravidade do nosso planeta teve suas asas cortadas.

O inventor da Lua tinha medo do Sol.

O inventor do Sol tinha medo do escuro.

O inventor da água doce era um diabético. E o da salgada... Bom, ele tinha pressão alta.

O inventor da tristeza se jogou do 12° Andar.

O inventor da saudade morreu atropelado na estrada.

O desenhista da Terra tinha Mal de Parkinson.

O inventor do canto era mudo.

O inventor do amor morreu solteiro.

O inventor da morte não morreu... Após a sua criação ele percebeu que não se pode matar o que nunca esteve vivo, então ele criou a vida, na esperança de que agora ele pudesse saber o que era 'Estar vivo'. E se criou. Agora ele sabia o que era estar vivo. Ele foi o primeiro ser humano a pisar na Terra que ele mesmo havia criado. Viveu seus poucos anos e descansou... Passou vários dias descansando. Mas para sua surpresa ele ressuscitou, conheceu a morte. E ela era como um sono profundo.

Vendo que não poderia descansar eternamente, ele criou os 'Humanos'. E como todo e qualquer inventor pode modificar suas criações, ele adaptou a morte. A essência mais mortal e poderosa do universo, capaz de paralisar as engrenagens de tudo o que se diz infinito. Toda criação por mais estranha que seja ela carrega o DNA de seu inventor. A cada dia que passa ficamos mais confusos, como deuses ainda em formação, jovens demais para desejar a morte. Somos uma criação que cria a si próprio. Nós quem criamos os nossos conceitos. Um escritor sabe que seus livros são bíblias de si mesmo. Somente o teu universo é do tamanho da tua mente, esse acima de nós é do tamanho da mente de nosso criador. E não é nosso. Mas e no nosso universo? Como vivem os nossos humanos? São os nossos humanos que definem as nossas vontades, pena, piedade, amor... Se os teus humanos não amam, você não será amável no meu universo. Os meus humanos sentem pena, piedade, amor... Ás vezes até ódio...

Mas e eu? E eu que inventei a mim mesmo? Quem sou eu agora? Os meus humanos são confusos. Eles se dividem entrem o amor e o ódio. São piedosos e vingativos quando precisam... Mas eu ainda estou no controle, nem sempre faço tudo o que eles me pedem. Parte de mim nega sentimentos que certamente eles não negariam. Eu ainda estou vivo... Ainda estou no controle.

Ainda Menina Mar
Enviado por Ainda Menina Mar em 30/01/2018
Código do texto: T6240132
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