Já estava se tornando difícil, para o moço Constâncio, ficar longe de Fabiana.Contava os minutos antes de se encontrar com ela.
Também era tão bom...A melhor coisa que estava acontecendo em sua vida. A presença dela,o cheiro de seus cabelos, o sentimento que era querido por ela, suas mãos, seu rosto moreno e aquele sorriso gostoso, ao mesmo tempo inocente e cheio de promessas. Ficava pensando seriamente em se casar com ela,o mais rápido possível.
Enquanto viajava nesses pensamentos, acabava de se arrumar o mais elegante que pudesse, pra levar Fabiana ao cinema. Atravessou a sala da Pensão rapidamente com sua bicicleta negra.
“Não vai jantar, Constâncio?”, ouviu a voz de Dª Santa.
“Não, Dª Santa! Estou sem fome..” respondeu.
Engraçado.Parecia que comida e alegria, ocupavam o mesmo espaço..
“Viu o passarinho verde, né?” emendou uma das meninas do Trio Calafrio, que tinha acabado de encher seu prato.Em cinco minutos,ele já estava tocando a campainha da bicicleta, na porta da casa de Dª Maria Fel..
Fabiana ,seguida de Nazon, apareceu na porta. O coração do rapaz mudou de amdamento...Ela estava como sempre muito bonita.usando um dos vestidos que a mãe tinha costurado e ele ainda não conhecia. Sobre o busto, o broche de ametista, presente dele.. Os dois se ajeitaram na bicicleta com ele. Fabiana na garupa, sentada de lado e segurando sua cintura e Nazon sentado no Quadro da bicicleta,aquele cano entre o guidon e o celim. Constâncio saiu lentamente, com o maior cuidado e Dª Maria Fel ficou na janela do quarto, observando os três... “Ai meu Deus... Minha filha fica tão feliz com esse moço,tomara que se entendam...” Pensava ela, com os olhos marejados.Chegando em frente ao cinema, Nazon disse: Constâncio, onde você vai deixar a “pantera negra”? No cinema não pode entrar com ela. Acho melhor, eu ficar aqui fora dando umas voltinhas, em quanto vocês assistem o filme, Prefiro andar de bicicleta a ir ao cinema...
“Tudo bem então Nazon, Pode dar suas voltas pelo Cedro inteiro, só não vai se cruzar com seu irmão Fulô, senão vai ser o maior “inquérito”... Desceu, deu a mão a Fabiana e entraram gloriosamente no cinema sob o olhar curioso dos freqüentadores retardatários.. As luzes começaram a se apagar e eles logo se acomodaram em duas poltronas na metade de trás, do salão.Constâncio passou seu braço direito sobre os ombros de Fabiana e ela se aninhou no seu peito como uma gatinha doméstica. O cheiro de ervas de seus cabelos inundaram as narinas e a cabeça do namorado. Constâncio estava no céu. Numa das cenas românticas do filme em que Dalila seduzia Sanção com um beijo, Fabiana virou-se pra ele como se fosse comentar alguma coisa, mas não soube o que dizer...O rapaz também se voltou pra ela e seus rostos ficaram tão próximos, que aconteceu instintivamente... Um beijo , o mais merecido e esperado que podia exstir no pensamento dos dois.”Eu quero me casar com você”, foi a primeira frase que Constâncio conseguiu dizer enquanto ela se aninhava ainda mais em seu peito a ponto de perceber a rapidez das batidas do coração do moço que veio das barrancas do rio São Francisco..Acabada a sessão de cinema inesquecível, os dois saem no meio do público e surgem na escadaria do cinema,Fabiana, ajeitando p enteado e Constâncio enditeitando a camisa no peito...Nazon já estava parado em fren àsescadas,montado na “pantera negra" parado, porem suado como quem tivesse feito uma corrida. . “Como é cunhado, viu alguma coisa interessante por aí”? brincou Constâncio..."Que nada, o povo aqui dorme cedo, com as galinhas... Nas ruas não tem ninguemNas casas de vez em quando se ouve uma ou outra voz de quem está jogando um “truco” ”Truco,vale seis”... É o que se faz domingo de noite.,no Cedro...
Aecio Flávio
Enviado por Aecio Flávio em 01/10/2007
Reeditado em 11/10/2007
Código do texto: T676060