38 Goleada de dez ( A saga...)

Dos cinco filhosdo casal,dois até agora tinham um traço diferente dos outros de ligação com o pai; Aécio, o segundo,cujo maior prazer era ouvir rádio o dia inteiro,quando não estava na escola, enquanto cuidava dos irmãos menores.Silvinho o número 4 que assim que ganhou uma bola de borracha de presente,aprendeu rápido a chutar e nunca mais a largou de vista. Dormia e acordava agarrado,à bola.Em todas as fotos dele, desde os 2 anos de idade,raramente aparece sem uma bola na mão.

Não foi atôa que Aécio mais tarde, veio a ser um dos Maestros-Arranjadores da “Grande Orquestra da TV Globo”, no Rio de Janeiro, atuando em vários dos “Festivais da Canção” na época e Silvinho,que depois de passar pelo juvenil do Renascença e do Cruzeiro, e pelo Vila Nova de Goiânia, como profissional,foi contratado, pelo famoso Vasco da Gama no Rio, pelo qual chegou a disputar com o Santos de Pelé, a legendária partida, em que o “Rei” viria a marcar seu milésimo gol.

A casa de dois quartos, já estava pequena pra família. Maria Inês, a caçula, dormia num berço, no quarto dos pais. Os quatro meninos se embolavam no outro quarto com duas camas.

A direção da fábrica tinha acabado a construção do estádio de futebol, para proporcionar algum tipo dr diversão aos operários e suas famílias.Constâncio, com o cartaz de ter passado pelo time do Cedro, não demorou a conquistar a posição de ponta direita titular do “Esporte Clube Renascença”, que na sua trajetória, revelou jogadores como Wilson Piazza, ex zagueiro da seleção brasileira, Procópio ex jogador do Fluminense e do Corinthians,Tonho,ex goleiro do Cruzeiro e Silvinho,ex ponta esquerda do Vasco da Gama.Constâncio como bom funcionário e com o cartaz agora, de “ponta eaquerda” do time, conseguiu com a direção da fábrica,trocar de casa na vila, mudando-se pra uma de três quartos na rua tipo tobogã, a botucatú. que ficara vaga com a saída da fábrica de um operário,morador mais antigo. Esta, além de ter mais um quarto, era de esquina e tinha uma área tipo quintal,que circundava a casa desde sua frente até o final do lado direito, que dava pra rua com a qual fazia esquina.Assim, o quarto da frente que tinha janelas pra rua, era um dormitório pra um dos meninos,reversível em salão de barbeiro, durante o dia.

Constâncio havia improvisado ele mesmo, uma cadeira com encosto e assento móveis, sobre uma “tina” de madeira, ou “barrica”,que cumpria de forma satisfatória o papel das “cadeiras especiais” de barbeiro, dos concorrentes da rua Jacuí.Nesta altura o nosso herói já era um barbeiro conceituado no bairro, principalmente pelos preços muito baratos que cobrava de sua clientela de operários, para os quais, qualquer economia era valiosa, além de terem crédito para cortar fiado, quando não pudessem pagar na hora.Nesta casa, depois de Marines que era a caçula até então, já nasceram,José Afonso, Marilene,Toninho(que faleceu aos dois anos) Constantino(Tininho) que sempre quiz ser padre e a caçula Marisa, fechando a “goleada” de dez filhos do ex temível ponta-esqquerda do Cedro Esporte Clube.Quando foi noticiado nos jornais de Belo Horizonte que o Vasco da Gama havia “comprado” Silvinho do Vila de Goiânia.,um comentário de Dª Lurdes, uma vizinha de Constâncio e Fabiana fez o casal e os vizinhos,darem boas risadas durante muito tempo: - “Coitada da Fabiana...Venderam um filho dela lá pro Rio de Janeiro... Criou com tanta dificuldade...”

Aecio Flávio
Enviado por Aecio Flávio em 22/10/2007
Reeditado em 13/11/2007
Código do texto: T704591