BOCA DE GARRAFA

A situação se tornou catastrófica. Ele jamais imaginou tal desespero. Todos se entre olhavam. Cada um perplexo a sua maneira. O choro destaca o real cenário da noite. Enfim todos vão embora. Ouve dizer.

- olha a mesa.

A mesa era nova. Os pratos, talheres e guardanapos eram novos. A geladeira maior e elegante era nova. Tudo parecia sonho de consumo. De fato se manteve apenas o consumo tudo mais ruiu.

- o que aconteceu?

- ele quase quebrou meu pé.

- como?

- esse palhaço ordinário metido a lutador quase quebrou meu pé.

- calma vou buscar gelo.

- é a segunda vez que este nojento me machuca.

- coloca este gelo para não inchar.

- última vez ele quebrou minha costela na maldade.

- chega jack, vá dormi.

- ele quase quebrou meu pé.

- o que está acontecendo meu deus!

- ele é lutador esse tipo de golpe é arma branca.

- chega jack!

- vou sair aqui não fico mais. Fiquem com ouro de vocês.

Tudo que aprendeu naquela noite é que não importa o quanto ajude o miserável. Não importa o quanto trate bem. Não importa o respeito que mantém. Não importa se está em sua casa. Não importa se é seu irmão. Se todos lhe acusam - você bebeu - caí por terra toda sua credibilidade, confiança e razão. De qualquer forma prefiro beijar a boca de minha garrafa à beijar mãos e rostos daqueles que me acusam.

Jack Solares
Enviado por Jack Solares em 31/12/2021
Código do texto: T7419042
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