CACOFONICE CRÔNICA

Escapei do pior ao te deixar. É triste quando acaba assim o romance, mas foi preciso. Às vezes dá saudade. As folhas do meu álbum dão. Vejo as fotos e lembro que eras tudo: Minha vida, minha paz, os campos verdes de minha vida... ou a única gadinha desses campos que me fizeram tão feliz.

Estou só, no meu cafofo. Revivo as alegrias que este cafofo deu à minh´alma nas tardes de sábado. Ruminar nosso amor é como mascar alho; dá um gosto ruim na boca. Entretanto já foi pior, pois tudo tinha o teu cheiro; até o xampu tinha... e todas as mulheres do mundo pareciam ter o teu rosto.

Quase morri, ao dar adeus. Muitas vezes em meus delírios, vi Adão me chamado pro paraíso, e confesso: Quase fui. Mas uma espécie de fada me socorria. Brotava dos meus sonhos, essa fada, e por fim me convenceu a pôr radar na consciência, para retomar meu caminho... continuar a viver.

A esperança que me faltou por muito tempo, em mim abunda otra vez. Hoje sei quem és, bendigo a hora em que acabou-se tudo, e posso ver os sinais de falência que as amarguras que temi já dão. Sorrio de novo. Não quero mais carpir usando a vida que me sobra, de forma tão doentia.

Só agora sei o que aconteceu: Pequenino, empinadinho, rígido e com mamilos bem rosados.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 20/10/2009
Reeditado em 02/12/2010
Código do texto: T1876742
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