TAMBORETES AJUDAM NO ÚLTIMO SALTO

Amarrou sua pequena nau na cumeeira da casa de madeira pensa que ameaçava despencar lá de cima do barranco alto, coberto de visgo e lixo. Através da pequena porta banguela e frouxa via o rio passar cinza, refletindo o sol magnificamente quente. Pescara muitos peixes ali. Subia a escadaria central dividindo com vizinhos a pescaria do dia. O lugar parecia uma linha torta desenhada por Deus entre o céu e o inferno. Manhãs com sol vidrado nas águas sujas e naquele escadão verde de lodo. Deus na certa tinha passado o dedo da criação por ali só que não acabou o serviço. Na sua pequena nau nunca houve espaço para casamentos, nem filhos. Era só ele, o rio e o escadão. Viu o barranco parir muitos meninos e meninas que corriam pelas escadarias e tomavam banho no rio. A maioria não teve tempo de crescer. Ali ninguém foi feito para demorar muito tempo e ele já estava demorando muito. Sua pequena nau magricela ficou ali pendurada na cumeeira da casa de madeira condena pela defesa civil.

Rojefferson Moraes
Enviado por Rojefferson Moraes em 02/04/2014
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