O ESTRANGEIRISMO FREQUENTE

Brasileiro é um imitador sem precedência, chove no molhado e vive o estrangeirismo freqüente. O que ontem foi motivo de orgulho laje como cobertura do muquifo; já hoje rebatizam o espaço nobre do cafofo com nome da sala de estar do inglês, a famosa’ Lounge’. Entre os meus 17 a 20 anos fui semi andarino, com duas sacolas a tiracolo, uma confecciona em estopa e outra de lona de caminhão, ambas compradas numa tarde de domingo, na FeirArte. Praça General Osório em Ipanema, quando voltava duns mergulhos nas águas do Arpoador e umas espiadas nas beldades sentadas na calçada do Castelinho, só espiadas, aquilo era inacessível ao ‘paraíba’ morador do Posto Seis. Vez por outra, eu e minhas sacolas viajávamos. Em Sampa era fácil, casa da tia, casa da avó. Meu pai, que Deus o tenha, quando as vacas engordavam, recheava a minha carteira e eu e as sacolas corríamos a Salvador e Recife e, o que ontem foi Pensão, Pousada, Hospedaria, Albergue, hoje é Hostel, haja estrangeirismo em nossas vidas.