O PREFEITO SEM MÃOS

Era uma vez, há alguns dias atrás, um prefeito que não ficava na cidade onde fora eleito. Não trabalhava... E mentia... E mentia... e dia após dia... o povo iludia.

Um dia, quando ele tentava mentir novamente, o diabo insistia:

- Pode mentir um pouco mais... ninguém vai perceber.

Mas eis que os servidores daquela sofrida cidade encontraram pistas sobre as verdades ocultas. E pelo caminho afora tentaram encontrar o prefeito para pedir explicações. Procuraram...procuraram... e nada de encontrar o prefeito que já tinha se escondido dentro de um saco preto.

Isso mesmo! O diabo havia feito um pacto com o prefeito: enquanto o próprio homem dos infernos governava a cidade, o prefeito deveria ficar dentro do saco. Então, o diabo que sempre metia os pés pelas mãos, resolveu atacar os servidores para que se calassem e não deixassem que o povo descobrisse as verdades ocultas.

À meia noite, o diabo chegou sorrateiramente e roubou os mais preciosos direitos dos servidores públicos pensando assim que os calaria.

Os servidores, tendo seus direitos preciosos roubados, foram atrás do jardineiro da cidade que entendendo a situação, entregou-lhes a semente da coragem.

Os servidores voltaram para suas casas, cultivaram a semente e quando a coragem cresceu, foram atrás do prefeito para tirá-lo do saco e fazer com que desse explicações sobre as verdades ocultas.

Ao sair do saco preto, como por encanto, as duas mãos do prefeito caíram no chão transformando-se em duas cobras que saíram rastejando e ele foi condenado a viver o resto de sua vida assim, sem mãos! O diabo percebeu a força dos servidores encorajados e deu no pé com o rabo entre as pernas... Já os servidores, resgataram seus direitos graças à semente do jardineiro.

O povo que sofrera com esta história e tinha sido o tempo todo enganado pelo prefeito, de nada ficou sabendo porque a mãe do Diabo, chamada Mídia, havia costurado uma venda para cada um e amarrado em seus olhos sem que percebessem.

Depois de alguns meses, os servidores foram de morador em morador daquela cidade, retiraram as vendas de cada um para que nas próximas eleições ninguém mais votasse no prefeito sem mãos e tampouco no diabo e seus parentes.

E entrou por uma porta e caiu num toco, quem encontrar o diabo por aí que lhe dê o troco.