MOTIVO DE GRATIDÃO


Certo dia conheci uma menina.
Ela se chamava Cândida.
Que lindo nome!
Morávamos no mesmo bairro da cidade de Patavina-TO.
Cândida cresceu e tornou-se uma jovem muito bonita, mas o seu nome não casava muito com o seu temperamento. Ela era complexada e muito revoltada porque era cega. Odiava a todas as pessoas, como se eles fossem a causa de seu problema. Mas felizmente gostava muito do seu namorado, que a tratava muito bem e carinhosamente.
Como a sua cegueira fora adquirida, tinha a esperança de um dia voltar a enxergar. Fazia tratamento sério e o médico a alimentava com essa perspectiva de vida.
Depois de alguns anos, Cândida submeteu a cirurgia em apenas um dos olhos para a realização de um transplante de córnea. A pessoa doadora ao procurar o médico fora aconselhada por este para que doasse apenas um olho, pois sabia de seu interesse amoroso pela moça e conhecia também o temperamento de sua paciente.
Luciano aceitou a proposta médica.
Chegou o dia de Cândida receber alta e sair do Hospital de Olhos Santa Filomena. Sua alegria foi muito grande ao constatar que estava enxergando perfeitamente com um dos olhos. Até então não soubera quem havia feito a doação e nem porque fora só um dos olhos. Sua satisfação era tanta que deseja comemorar. Essa sua atitude parecia demonstrar que estava com suas emoções mais equilibradas.
Numa bela manhã de Primavera, Cândida recebe duas visitas ilustres em sua casa.
Você tem idéia quem estavam ali para prestigiar Cândida?
Seu médico, o Dr. Frajola e Luciano, seu namorado.
Cândida ficou surpresa e ao mesmo tempo um pouco assustada! Era cabível a visita do namorado naturalmente. A visita do médico também era plausível em face o carinho como ele cuidava de sua paciente.
Mas por que os dois juntos?
Porém mais assustada ela ficou quando viu que seu namorado também só enxergava de um olho.
Era muita coincidência seu namorado ter um problema igualzinho ao seu.
Na seqüência dos acontecimentos, coube ao Dr. Frajola esclarecer os fatos.
Ali mesmo num místico de emoções entre risos e lágrimas, os três abraçaram.
Toda a família reunida festejou com muita alegria o sucesso de toda esta história.
O médico sentia-se muito feliz por ter sido um instrumento de intermediação participando da felicidade, não só daqueles dois jovens, mas de toda a família e seus amigos.
Cândida e Luciano puderam compreender com mais intensidade o verdadeiro sentimento que unia um ao outro.
De mãos dadas saíram alegremente contemplando a beleza da natureza, pois parecia que as flores festejavam seus amores.