A VIDA ENTRE A COISA E O COISAR

Nossa língua falada e escrita é fantástica cheia de graça, uma palavra, ou expressão muda de sentido conforme a região, por exemplo: a expressão: “cuidado Tereza pra não quebrar o cabaço nessa sua ligeireza” Cá pra nós aqui no Nordeste, o cabaço não passa de um recipiente para transporte e armazenamento d’água, já em outros rincões quebrar o cabaço é romper o hímem abandonar a donzelice.

A coisa é substantivo feminino correspondente a tudo o que existe ou possa existir, corpórea ou incorpórea, um ser animado ou inanimado, enquanto “Coisar” é verbo transitivo direto e intransitivo, suprindo um verbo que, por lapso ou ignorância não ocorre a quem fala, tendo um montão de significados. Veja: a criança adentra em casa gritando: mamãe quero comer uma coisa, a coisa trata-se de alimento. Mulherzinha eu não te conta uma coisa, ai a coisa é fofoca. Aconteceu uma coisa feia na estrada, a coisa não passa de um acidente. Ta me dando uma coisa ruim, trata-se de gastura, passamento, vertigem. O coisa rim passou na minha frente, viu o satanás. Agora quando se trata do verbo coisar, o bicho muda de figura, muita gente já deixou de ver o coiso. Outros não se interessam mais pela coisa do coiso, visto que, a coisa não é mais importante e, os estímulos coisatório perderam o entusiasmo pela outra coisa. Outros relembram saudosamente: eita caboclinha coiseira, era fulana. Assim a coisa e o coisar são intrínsecos e, seguirão de mãos dados por todas nossas vidas.