A TROCA DE QUEIJOS

Num passado recente era assim, dizia meu avô: - sempre que se matava um cevado ou, se produzia um queijo de coalho, praticava-se entre amigos e parentes da localidade, a vizinhança, ou seja, uma generosidade, uma gentileza, isto é, doava uma porção da carne, do

queijo. A retribuição vinha na mesma moeda, ou seja, no mesmo peso e na mesma medida. Era a troca e o troco. O tempo passa, mas as boas maneiras ficam. Em visita ao meu amigo de fé e irmão camada, levei uma lembrançinha num embrulho de presente. Ele já me esperava com uma prenda. Não deu outra, a senhora sua mãe que tudo assistia, soltou aquela gaitada e proferiu em tom de gracejo: - vocês não perderam a velha mania, continuam a trocar queijos, não percebem que as lembranças são iguais.