A CIGANA NÃO ME ENGANOU

Hei, você ai! Me chamava a Cigana numa dessas praças onde se vê e se vende de tudo; gente querendo tirar fotos, camelôs vendendo bugingangas, o tráfego realmente estava dificil de se aguentar por ali.

Hei, gajona, nome pelo qual os ciganos tratam as pessoas não ciganas. Ela trajava um vestidão comprido todo florido, cabelos preso num coque e sorria esboçando o brilho do ouro nos dentes, uma aparência bonita. Não era um Cigana qualquer...

Deixe eu ler sua mão? Prometo que serei breve e não vou mentir pra você!

Não acredito nisso, disse-lhe eu, alegando que estava com pressa. Estendo-lhe a mão direita,.

Ela diz: a outra, percebo que crescera os olhos no meu anel dourado (aliança de casamento). Tento insistir com a mão direita, mas ela pede a mão do lado do coração. O que tenho para te dizer tem algo a ver com o seu casamento!

O que tem meu casamento, pergunto-lhe?

Calma moça bonita, ela diz segurando firme a minha mão, a esquerda – agora.

A moça precisa ser muito forte, muito forte! Tô vendo aqui uma jovem bem próxima de você, a perturbar seu matrimônio... tem que ficar de olhos bem abertos...ou não vai ter jeito!

Num solavanco, retirei a minha mão, dei-lhe um trocado, amaldiçoei aquela Cigana e fui embora.

Deus me livre, parece praga!!! Pensei baixinho...voltei para casa sem rumo, não fiz mais nada o que tinha para fazer lá no centro.

(Verdade ou não, meses depois me certifiquei do que me dissera a Cigana. Eu estava no fórum assinando a minha separação).

DI MATOS
Enviado por DI MATOS em 24/08/2007
Reeditado em 23/11/2009
Código do texto: T621398
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