Noite Quieta

A noite estava quieta. Nenhum rumor na rua deserta... cheia de nada à espreita pelas sombras. O que não se via naquele momento, para mim, era o que mais se temia. Percebi a sombra, à minha frente, de um animal que investia um salto contra mim e abaixei-me, mas não apareceu nenhum corpo à minha frente, apenas ouvi o grito de um morcego que passara sobre a minha cabeça. Então voltei meu olhar para os céus e avistei um vampiro transformado em um morcego que voava, provavelmente para atacar mais uma vítima e dominá-la com sua mente, depois de séculos de descanso. Será que eu seria a próxima vítima? Eu escapei por desconfiar da grande trama da escuridão da noite, quando não confiamos nem na nossa sombra. Comecei a andar cautelosamente para a minha casa. Acabara de sair da casa da Ana, minha vizinha, com a qual costumava tomar banho pelado há cinco anos. Agora eu estava a sós com aquela rua, que estava entre mim e a minha casa. Acelerei o passo e corri até o portão, que minha mãe deixara encostado. A porta da frente estava aberta. Ao entrar em casa, fui surpreendido por uma festa para comemorar o meu aniversário de dez anos de idade.

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 28/02/2008
Reeditado em 30/11/2009
Código do texto: T879340
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