Gata da Janela
O GATO DO TELHADO

E A GATA DA JANELA

uma sátira às sucessivas reformas

que nunca vão aos alicerces do SISTEMA EDUCATIVO

Zé do Telhado, Carnaval de 1988

 

Relações inter temáticas:

Ver o SISTEMA eScOLAR: A Terra, afinal, NÃO é o CENTRO do SISTEMA SOLAR… O Ministério da Educação, afinal, NÃO é o CENTRO do SISTEMA ESCOLAR!!! Tão simples!

 

Zé do TELHADO, Penedo Gordo, BEJA, Carnaval de 1988,

(quando neste país aconteceu o DIA D = que era um DIA DE DEBATE no sentido de procurar soluções para a reforma do SISTEMA EDUCATIVO, mas com uma série de estudos já com muitas soluções e propostas, onde faltava, só, O ESTUDO BASE: O QUE É QUE ESTÁ MAL...E PORQUÊ?...QUAL É A REALIDADE?... e, a partir daí, QUAL a/s solução/ões?)

A situação 2008, que se arrasta desde há dois, três anos, resulta pura e simplesmente de uma imbecilidade diplomada, fruto de uma incompetência arrogante e pretensiosa.

Objectivos? Quem não sabe onde está, é evidente que não sabe, como ir, para onde quer ir! Quando se começa a construir pelo telhado ou pela janelas... não há volta a dar!!! O Ministério e o Governo ainda não entenderam... ou antes, afinal querem, pura e simplesmente, "enganar", impedir a progressão na carreira!!! Será possível pessoas de nível médio superior deixarem-se enganar?

 

Na minha rua

que era uma quelha sem saída

o que quer dizer que era um beco do feitio de um saco

de onde só se podia sair por onde se podia entrar

 

havia

 

além de meia dúzia de casas umas ao lado das outras

e umas em frente das outras como que apertando-se, abafando-se,

disse a fada,

 

havia, como tinha começado a dizer,

 

as pessoas que viviam nas casas umas ao lado das outras

e as pessoas que viviam nas casas umas em frente das outras...

 

e havia

 

além de muitos gatos e gatas que miavam dolorosamente em Janeiro

 

havia,

como há em todo o lado quando se vive no campo ou melhor dizendo na província,

 

havia cães e burros, cavalos e pardais, porcos e galinhas...

enfim, tudo o que pode chamar-se de animais domésticos...

 

mas havia, no meio de toda esta bicharada,

e isto é que nos interessa para a história,

havia UM GATO E UMA GATA.

Gatos - casal

 

um gato que passava a vida no telhado

e uma gata que passava a vida na janela.

 

o gato era, por isso, conhecido como o GATO DO TELHADO,

e a GATA, exactamente pelo mesmo motivo que não era o mesmo,

era conhecida como

A GATA DA JANELA.

 

A certa altura, aí por voltas de Janeiro,

o GATO DO TELHADO começo a fazer RENHAUNHAU à GATA DA JANELA

e a GATA DA JANELA começou a fazer RENHAUNHAU ao GATO DO TELHADO.

 

antes da primavera, já o GATO DO TELHADO namorava a GATA DA JANELA

e a GATA DA JANELA namorava o GATO DO TELHADO.

 

Quando as coisas estavam, como é natural, a tomar o seu devido rumo,

o que quer dizer que estavam a ir longe de mais,

a GATA DA JANELA que já estava no telhado,

disse para o GATO DO TELHADO que continuava no telhado

depois de várias surtidas e assaltos ao telhado

que, como podemos verificar, estavam a dar o previsto resultado:

 

‑ e se nos deixássemos destas vindas e idas ao telhado

e destas idas e voltas à janela?

 

‑ UAU! ‑ disse o GATO DO TELHADO!!!

 

‑ MIAU, quer você dizer, – disse a GATA DA JANELA.

 

‑ MAU! MAU! ‑ disse o GATO DO TELHADO ‑ o que eu queria dizer, era mesmo UAU!!!

 

‑ Então, já que se quer armar em MAU.

o que é que você quer dizer com esse UAU!!!? ‑

disse a GATA DA JANELA que estava no telhado.

 

‑ Você é que fez uma proposta..., – disse o GATO DO TELHADO, que estava no telhado

‑ E você não miou como devia, – disse a GATA DA JANELA já em pé em cima do telhado. - E sabe que mais? Vou já sair daqui deste telhado e regressar à minha janela

antes que eu passe a ser a GATA DO TELHADO

e você o GATO DA JANELA!...

 

‑ Não seja piegas, miúda! Eu também começo a ficar farto.

destas idas e vindas à janela

e das suas vindas e idas do telhado ‑ disse o GATO DO TELHADO ‑

E sabe que mais, minha gatinha?

Se assim continuamos

eu corro o risco, como você disse,

de ser o GATO DA JANELA

e você corre o risco de passar a ser a GATA DO TELHADO!!!

e você nem calcula o que são as más línguas dos donos e das donas dos telhados!!!

e das donas e dos donos

das janelas!!!?

Já dizem mesmo por aí quísto é mesmo um INSUSSEXO.

 

‑ INSUCESSO,!? quer você dizer ‑ disse a GATA DA JANELA, no telhado.

‑ InsuSSEXO foi o que eu disse – disse o GATO DO TELHADO.

 

‑ BEM! BEM! Você tem que ter sempre razão, não é? Mas o que eu digo é que este INSUSSEXO é mesmo um verdadeiro INSUCESSO! pois já era tempo de termos uma casinha só p'rós dois... a nossa casinha que seria p'rós gatinhos que havíamos de ter ‑ disse a GATA DA JANELA no cimo do telhado, já a caminho do parapeito da janela...

 

‑ EIA LÁ, gatinha! Mas nós vamos fazer a nossa casinha

que há-de ser p'rôs nossos gatinhos! ‑ disse o GATO DO TELHADO, já à beira do beirado do telhado, a tentar ainda fazer-se ouvir pela gata a caminho da janela...

 

‑ RENHAU! ‑ disse a gata recuando no caminho do beiral do telhado.

‑ RENHAUNHAU! ‑ disse o gato correndo ao encontro da GATA DA JANELA.

 

‑Vamos então fazer uma casinha? ‑ disse a GATA DA JANELA.

‑Vamos fazer a nossa casinha! que há-de ser p'rós nossos gatinhos!, ‑ disse o GATO DO TELHADO, já às voltas com a GATA DA JANELA, às cambalhotas em cima do telhado, em risco de se estatelarem cá em baixo no meio da rua, e, correndo o risco de porem a correr às portas e janelas os donos e as donas de todos aqueles telhados e janelas...

 

‑-Vamos fazer A NOSSA CAAAAASA!!! ‑ disse o GATO DO TELHADO ao mesmo tempo que a GATA DA JANELA.

 

‑ Não podemos perder mais tempo, – disse o GATO DO TELHADO.

‑ Temos de fazer já os nossos planos, – disse a GATA DA JANELA.

 

‑ Vamos começar já, – disse o GATO DO TELHADO.

‑ É p'ra já, – disse a GATA DA JANELA.

Gato no Telhado e Gata na Janela

 

‑ Comecemos então.

‑ Vamos começar, e já, pelo telhado, – disse o GATO DO TELHADO.

‑ Olha o disparate! Lá isso é que não, senhor gato, ‑ disse a GATA DA JANELA abanando muito o dedo mais perto do polegar para o GATO DO TELHADO. ‑ Vamos começar, e já, como compete, a começar pela janela!

‑ Olha o desplante! Onde é que já se viu? ‑ disse o GATO DO TELHADO, abrindo as patas da frente muito ofendido como se fossem braços... ‑ Agora temos uma casa começar pela janela!!! Parvoíce! Isto só podia vir duma GATA DE JANELA! PFFF!!!

‑PAAAF! PIIIF! ou PUUUF!, senhor gato.!!! Estou-me perfeitamente PFANDO para as suas teorias e para esse desastroso machismo que revela pelas GATAS, especialmente DE JANELA... Onde é que já se viu,... PSCHIU! nem PIU!!!..., começar uma casa pelo telhado, disse a GATA DA JANELA?

 

‑ Parece que não nos entendemos, – disse o GATO DO TELHADO.

‑ Mas temos de nos entender, – disse a GATA DA JANELA, ‑ se queremos mandar vir os nossos gatinhos...

 

já estavam para ali a discutir há uma eternidade... ficaram amuados durante muito tempo... não se falavam... entretanto estavam aí a vir os gatinhos que geraram...

 

passou-se algum tempo...

 

... nasceram os gatinhos.


gatinhos espertos


...não havia meio de o GATO DO TELHADO se entender com a GATA DA JANELA...

...nem de a GATA DA JANELA se entender com o GATO DO TELHADO...

 

... passou 'inda mais tempo.

... cresceram os gatinhos.

 

... de vez em quando os gatinhos ainda ouviam discutir o GATO DO TELHADO com a GATA DA JANELA e a GATA DA JANELA com o GATO DO TELHADO! - É pelo telhado..., - dizia um... - É pela janela... ‑ dizia outro... E já nem conversavam... Casmurravam, cada um na sua. pelo TELHADO já disse... - Pela JANELA, já disse e pronto...

...

‑ Mas o que é aquilo? ‑ interrogaram-se um dia os jovens gatinhos a rir que já tinham corrido outros becos ruas e telhados... e até já tinham andado a jogar às escondidas por casas em ruínas e outras que estavam a construir ainda a cheirar a terra e a alicerces...

‑ Mas as casas não se começam a construir pelo telhado!!!, – disseram uns gatinhos para os outros.

‑ Nem tão pouco, as casas, se começam a construir pela janela!!!, ‑ disseram os outros gatinhos para os primeiros.

‑ Dizemos-lhes? ‑ interrogaram-se os gatinhos.

‑ Deixemo-los! propuseram as gatinhas.

 

‑ Eles até estão tão felizes por nos terem!!! - disseram os gatinhos e as gatinhas.

 

‑ Então, deixamo-los na ignorância?

‑ DEIXEMO-LOS SONHAR! ‑ disseram em coro todos os gatinhos

 

FINAL NÚMERO UM.

 

CAI O PANO

 

 Gata pensadoraGato brincalhão

 

FINAL NÚMERO DOIS

 

TORNA A ABRIR O PANO

(que entretanto talvez nem se tenha fechado!)

 

(Mas, a pedido de vários espectadores, que ansiosamente desejam a evolução e actualização do GATO DO TELHADO e da GATA DA JANELA, que são os heróis desta história... E assim, voltemos atrás até à quarta fala a contar do fim...)

 

‑ Dizemos-lhes?, ‑ interrogaram-se os gatinhos.

‑ Não sabemos se vale a pena?! ‑ interrogaram-se as gatinhas pensativas.

 

‑ Já são adultos, não vêem? São crescidos! Nem se pode dizer que já são velhos!!!

‑ Mas eles viveram sempre assim! ‑ disseram uns gatinhos.

 

‑ Pois! O nosso pai foi sempre um GATO DO TELHADO!!!...

‑ E a nossa mãe uma GATA DA JANELA!!!...

 

... depois, para serem nossos pais,

parece que ela passou a ser uma GATA DO TELHADO

e ele passou a ser o GATO DO TELHADO que catrapiscou a GATA DA JANELA e ...

sonharam...

 

... sonharam toda a vida

construir uma casinha para eles

onde nós iríamos nascer

e onde eles iriam ser felizes para sempre!!! ... CONNOSCO!!!, isto iam dizendo os gatinhos e gatinhas que já eram de várias ninhadas...

 

‑ UFFF! do que nos livrámos! ‑ disseram metade dos gatinhos.

‑ PUFFF! que sorte! ‑ disseram a outra metade dos gatinhos e gatinhas.

 

‑ Vamos mas é nós construir a nossa casinha. ‑ disseram todos em coro. Pode ser até que eles a queiram construir connosco, A COMEÇAR PELOS ALICERCES...

 

Casa com Janela

‑... !!! Como é que não nos tínhamos lembrado disso!? ‑ disseram um para o outro o GATO DO TELHADO e a GATA DA JANELA, que tinham estado à escuta, sem eles verem, para ouvirem que raio de conversas costumava ter a juventude de agora que nunca pensa em coisas sérias, e o que quer é reinar e curtir e não fazem nem dizem nada de jeito!!!

 

‑ Tão simples! ‑ disse a GATA DA JANELA para o GATO DO TELHADO que muito envergonhado mas feliz, olhava os olhos dela brilhantes como estrelas...

 

‑ VAMOS TODOS CONSTRUIR A NOSSA CASA! ‑ gritaram em coro todos juntos quando descobriram admirados que uns estavam a ouvir os outros, quando pensavam que estavam a dizer segredos...

 

‑ VAMOS TODOS CONSTRUIR A NOSSA CASA ONDE POSSAMOS SER FELIZES!... gritam TODOS EM CORO:

 

‑ o GATO DO TELHADO que agora era mais da janela...

‑ a GATA DA JANELA que agora era mais do telhado...

‑ os GATINHOS e as GATINHAS que não eram lá muito nem do telhado nem da janela porque eram mais da rua ...

‑ e as PESSOAS todas da minha rua que era uma quelha sem saída, o que quer dizer que era um beco do feitio de um saco de onde só se podia sair por onde se podia entrar... e andavam ansiosos por viverem numa rua onde se pudesse entrar e sair por vários lados...

 

‑ VAMOS CONSTRUIR A NOSSA CASA!!! ‑ GRITARAM TODOS EM CORO, quando descobriram que se tinham descoberto TODOS UNS AOS OUTROS... e GRITARAM DA RUA, DAS PORTAS, DAS JANELAS, DOS TELHADOS...

E ACREDITARAM

QUE PODIAM TENTAR SER TODOS FELIZES!!!

mesmo sem o serem para sempre!

QUE CHATICE...!!!


Gato em corrida

Zé do TELHADO, Penedo Gordo, BEJA, Carnaval de 1988,

(quando neste país aconteceu o DIA D = que era um DIA DE DEBATE no sentido de procurar soluções para a reforma do SISTEMA EDUCATIVO, mas com uma série de estudos já com muitas soluções e propostas, onde faltava, só, O ESTUDO BASE: O QUE É QUE ESTÁ MAL...E PORQUÊ?...QUAL É A REALIDADE?... e, a partir daí, QUAL a/s solução/ões?)

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