Caos (miniconto)

O buraco aparece do nada. Não se podia ver o fundo. A luz ilumina até uma parte, depois, a escuridão, o caos. O vazio ilimitado, infinito ronca suas feras no seu intestino. A população o arrodeia. Por segurança, uma cerca foi colocada entre o buraco e o povo. Um espeólogo é contratado para explorar o buraco. O especialista desce pelo equipamento. Cronos, o senhor dos tempos, vomita o espeólogo para fora. O homem não encontra o fundo. Hades, sem dúvida, mora no buraco, e reconhece a sua casa em que vive com seus seguidores. A multidão precisa saber o motivo do buraco rasgado no meio de um logradouro público. Uma autoridade chega para fazer seu discurso, afinal as eleiçôes estão chegando. “Senhoras e senhores estou aqui para reenvindicar o buraco como um empreendimento do nosso governo para a cidade.” O povo grita: “Ladrão, mentiroso, salafrário ...” O tempo esquenta. A tropa de choque fica entre o prefeito e os briguentos. Algumas pessoas reivindicam para si as obras do buraco. Um geólogo mostra que o buracão é obra da natureza. Insubordinação! O profissional toma umas cacetadas e vai para a prisão. No microfone o prefeito, tal qual, Possêidon: “A realidade é que, o buraco é uma experiência para um piscinão, afinal, a minha cidade está sob as águas”.