MORTE ANUNCIADA
Acorde, acooorde...
O insistente apelo parecia resumir uma angústia de alguém que desejava a companhia ou necessitava falar com alguém sobre alguma coisa importante.
Eram apenas 3 horas da madrugada.
Ela abriu os olhos assustados, como se fosse aquilo o seu último desejo.
- Que saco... me deixe quieta, estou com sono!
- Você precisa acordar e levantar-se preciso contar-lhe um sonho.
- O quê, acordou-me para contar um sonho? Ora, me deixe em paz, amanhã você conta. Estou com muito sono.
- Não, precisa ser agora, é muito importante.
Virou-se para o lado e tentou novamente dormir.
- Acooorde, enquanto você não escutar eu não posso deixá-la dormir.
- Por quê ?
- Se você dormir, você morre!
- Que loucura é essa, pirou de vez? Por acaso andou tomando alguma droga?
- Claro que não e você sabe disso muito bem.
- Então me deixe em paz, estou com sono, preciso acordar cedo para trabalhar.
- Eu sei, mas se você dormir, não acordará mais.
- Tá booom, me conte essa loucura, mas, antes, vá fazer um café para nós.
Rita saiu, dirigiu-se à cozinha para fazer o café. No armário de frente pegou tudo de que necessitava, colocou água na vasilha, acendeu o fogo e sentou-se na cadeira, enquanto esperava a água ferver.
Quando a água ferveu, levou-a ao coador e depois de minutos estava pronto a deliciosa bebida.
Pegou uma xícara e um copo de vidro e depois de colocar o café neles, dirigiu-se ao quarto.
Entrou, colocou as vasilhas sobre o criado mudo e
- Maria, eis nosso café, sente-se para ouvir meu sonho. Ei, Maria! levante-se, o café está aqui.
- Mariiia!...
Não adiantava mais. Ela havia dormido.
07-12-07-9.03 VEM