Silêncio assassino
O som do seu silêncio ensurdecedor entrou pelos meus ouvidos sem pedir licença e foi rasgando tudo que tinha pela frente. Desceu pelas minhas entranhas caminhou pelas minhas correntes sanguinas fazendo me sentir sua espessura áspera e gelada alargarem minhas finas veias até chegar na via artéria, com uma disparada certeira atingiu meu coração.

Grande festa teve em seus olhos quando viu o sofrimento corroer-me de dentro para fora, eles brilhavam mais que uma grande estrela, ao ver que a sua vingança estava se cumprindo.
Na beira daquele grande abismo, vendo seus olhos saltarem de alegria com a minha dor, pude perceber que o meu desprezo por ti acabaria com seu silêncio. Então me virei e dei as costa para ti, ignorando totalmente sua miserável presença vingadora.
Do meu coração saiu uma triste canção umedecida pelo sangue da amargura que escorria pelo peito afora, passou pelos meus lábios já secos e sem vida, conquistou a imensidão do universo e despertou o amor que se ia muito além do horizonte. Ele se voltou para mim e veio curar as feridas do meu coração fazendo dele sua eterna morada, purificando e revivendo a minha alma.
Seu silêncio perdeu-se no abismo inatingível do universo sombrio e gelado, pois agora tu vives a clamar pelo amor que tu desprezaste deste pobre coração que um dia te amou.
Francisco Carlos da Silva Caetano
Enviado por Francisco Carlos da Silva Caetano em 16/02/2018
Reeditado em 17/02/2018
Código do texto: T6255082
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