POEMAS MOFOS SECAM OS JARDINS

Escreveu um pequeno poema de amor numa página amarelada de papel imaginário. Leu seu poema para o pequeno jardim da escola com placas que continham trechos de O Estatuto do Homem. Aqueles versos nunca fizeram muito sentido para ele. As flores, o cheiro do mato e a brisa do rio tinham mais poesia do quê aquele estatuto amarrado demais... Um dia Rosiane leu os poemas imaginários do pequeno Roberto. Comovida regou as flores do jardim com aquelas poesias perdidas que tentavam encontrar algum caminho para fora do mundo. E no mural de crianças perdidas anexou o primeiro poema impresso do pequeno poeta que se desmanchava em versos deixando de ser homem para se tornar um ser mágico. As pequenas placas do jardim murcharam enquanto as novas poesias davam vida ao jardim e o poeta se tornava capim no barranco dos coqueirais suspensos.

A Regiane Rego

Rojefferson Moraes
Enviado por Rojefferson Moraes em 28/03/2014
Código do texto: T4747147
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