CONVERSA CAIPIRA-MARIDO E MUIÉ

5 horas da manhã

Está rompendo o dia

galo canta bate asa

Trazeno aligria.

Marido toma café.

Cum bruinha de fubá

Dá beijo na muié

Vai parroça trabaiá.

Cando dá 11 hora

Muié leva comidinha

Feijão, arroz e ovo frito

E um pouco de farinha.

Marido chega animado

E ligero tudo come

A barriga tava roncando

Já tava cum muita fome.

Enquanto discanrsa

Muié conta nuvidade

A cumade foi la incasa

Foi pra matar sardade.

O cumpade falô

Pá amanhã cê i lá

Tomá num coité

Uma cachaça no arraiá.

Eu quiria ti pidi

Deixa eu i cocê

Amanhã é firiado

Num tem nada prafazê.

Tá bão muié

Eu já ia te chamá

Cê trabaia muito

É priciso discanrçá.

Eta home

Já tá ficano tarde

Vai percá um peche bão

Pá levá pu cumpade.

Pá cumade eu vou levá

um poco de caruru

Pá pô no ingroçado

Pá cumê cum angú.

Ou muié cê veste

Seu vistido de chita

Cando saio cocê

Quero cocê fica bem bunita.

Cê sorta o cabelo

Bota chinelo nus pé

Quero ti vê mais bunita

Qui cocê já é.

Direitos autorais reservados à autora.

Dedico este cordel, a uma pessoa maravilhosa, que com certeza admira os camponeses em sua simplicidade, razão esta que a fez gostar do que escrevi. Beijos minha amiga Luciene.

DNinha
Enviado por DNinha em 16/08/2006
Reeditado em 16/08/2006
Código do texto: T218176