FALANDO DA VIDA E DA MORTE

Se eu vier falar da morte,

Sem falar de nossas vidas,

Acho que perco meu norte,

Pois as duas estão unidas.

Não posso falar da morte,

Sem falar de nossas vidas.

Sempre que morre alguém

Muito grande é a confusão.

Quando nasce um neném,

Ele rouba toda a atenção.

Não posso falar da morte,

Sem falar de nossas vidas.

Enquanto cresce a criança,

Passam-lhe ensinamentos.

Cada vida é uma esperança,

Que se renova em momentos.

Não posso falar da morte,

Sem falar de nossas vidas.

Ao chegar à adolescência,

Vão surgindo às confusões,

Pois ele em sua inocência,

Acha bem fácil as soluções.

Não posso falar da morte,

Sem falar de nossas vidas.

Logo após muitos namoros,

Com todos seus atrativos,

Eles logo perdem o decoro,

Julgam, que não é preciso.

Não posso falar da morte,

Sem falar de nossas vidas.

Quando vem o casamento,

Parece então tudo ajeitado.

Pois no sagrado momento,

As juras vêm de todo lado.

Não posso falar da morte,

Sem falar de nossas vidas.

Quando o casal se separa,

Cada um vai para um lado.

Se o homem deixa a mulher,

Uma mulher nova, ele quer.

Não posso falar da morte,

Sem falar de nossas vidas.

Enquanto a velhice avança,

Tornando o rosto enrugado,

O velho vê a moça, criança,

A velha só vê jovem sarado.

Não posso falar da morte,

Sem falar de nossas vidas.

E logo após desencarnar,

Como espírito que somos,

Deixamos de nos enganar,

Já não somos o que fomos.

Não posso falar da morte,

Sem falar de nossas vidas.

Logo pós estas existências,

Que são no corpo passado,

Todas trazem a experiência,

Depois tudo é aproveitado.

Não posso falar da morte,

Sem falar de nossas vidas.

12/04/2012-VEM -

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 21/05/2012
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