A Saga dos Vaqueiros do Junco

Hoje é um dia importante

Pois tem Missa do vaqueiro

Pega de novilha e cavalgada

E a noite tem sanfoneiro

E terá até premiação

Para o melhor toadeiro

No ano 2003 iniciava no junco

Numa aula de História

Fazer a missa do vaqueiro

Resgatando as memórias

Valorizadas numa festa

Pra ressaltar suas glorias

A professora Meire França

Com muita desenvoltura

Trouxe junto com alunos

Um trabalho de envoltura

A missa para os vaqueiros

Uniu o sagrado e a cultura

É do mato é valente

É um peão destemido

Grande corredor de gado

Pelo rebanho é temido

Flutua em seu cavalo

Pela caatinga sem ruído

No meio da macambira

Passa correndo o vaqueiro

Destemido sem receio

Atrás do premio primeiro

do boi ou do marruá

lá se vai o catingueiro

o vaqueiro é devoto

Por mais valente que seja

Se arrisca nos perigos

Que Deus do céu lhe proteja

E quando o touro é bravo

Nossa Senhora louvada seja

Acorda cedo e se veste

De perneira ,chapéu e gibão

Bota de couro e o laço

Que sempre carrega na mão

Esse é o Licuri aboiador

homem forte do Sertão

coloca em seu alforje

para tempo não perder

rapadura com farinha

é isso que vai comer

vaqueiro não tem luxo

faz o que tem que fazer

Campeando de sol a sol

Pois é assim que tem que ser

Vida de vaqueiro é dura

Sem tempo até pra comer

Vaqueiro pra ser bom sofre

Mas nada pode temer

Desde os tempos passados

Vaqueiro aqui faz fama

Carmerindo e Ze Rapadura

João gregório e Chico Rama

Guerreiro que na caatinga

Enfrentava torrão e lama

Rodolfo grande vaqueiro

Aboiador sem igual

Seu aboiado enchia as tardes

Chamando o gado pro curral

Juntava boi na malhada

Junto com Osvaldo Cabral

Vaqueiro vem de família

Serafim correu com gado

Passou a espora e o gibão

Para o seu filho Sivaldo

Assim como Carmerindo

Deixou pro filho Evilasio

Desde tempos remotos

Do Brejo brota vaqueiro

Tem Hidenizío e Bebeto

Dermi e André tropeiro

Mateus e João Rafael

E o Domingo Vaqueiro

Sua bravura é grande

Todo vestido de couro

Na caatinga é o maior

No braço derruba o touro

Antonio do Caititu

Nisso é medalha de ouro

Vaqueiros bravos e valentes

Não temem nenhum perigo

Chico Preto e Valmir

Correm pra cima do bicho

Jobe junto com Orlandim

Pega boi até no caniço

São felizes desse jeito

Não querem outra vida não

Ter um rancho e uma égua

É o sonho do Galegão

Zé dos Morrim já concordou

Assunte sua opinião

Das Lajes ao Sanharó

Terras secas pra danar

No inicio a arte mais próspera

Era mesmo campear

Damião Rama fez fama

Do Espinheiro ao Caroatá

Luiz de França e Antonio

Vaqueiros do Marizinho

Gumercindo ia ao Curral Novo

Com Zé do Pombo e Pombinho

Valdimiro em Rancho do Negro

Totonho de Nila em Tanquinho

Morrem os homens e fica os nomes

Mas esquecidos não serão

Moço Branco nobre vaqueiro

Teve também Lameuzão

Bertinho e Zé do Apolonio

Manezim Vitório e Simão

Batista e Daro das Flores

Mirandinha, Berto e Tonhá

Quem um dia vais esquecer

As loas de Seu Bará

Zé Bazili nas horas de folga

A sanfona fazia zoar

Zé Miranda e Zé zuada

Vaqueiros sem parelha

Com Tide e o irmão Neno

Da Ponta Dáua à Serra Vermelha

Iam com Firmo e Emidio Gama

Pegar boi pela orelha

Tempo vai e tempo vem

Vaqueiro novos virão

Toinho serra branca

E tem Neto de Simão

Vaninho não perde a pose

Nem com um boi valentão

Frankiln e o filho Fabricio

Campeiam lado a lado

Bino, Mi, Kiko e o Baba

Correm também com o gado

Zé do Edmundo convida

Simão de Albertina pro prado

O Jaques e o Ronivon

Dois vaqueiros de valor

Ai o Alex se empolga

Querendo ser aboiador

Bota ele pra campear

Com o Márcio da Mitô

O Beto diz que todo homem

Traz no peito uma paixão

O vaqueiro é apaixonado

Por ver chuva no sertão

E sonha com o mato verde

E as onças do boqueirão

Todo cair da noite o vaqueiro

Quer para casa voltar

Saudade é matadeira

E vem logo lhe avisar

Sua vaquerama lhe espera

Pra um chamego lhe dar

E vai esse nobre oficio

De pai pra filho passado

E nesses versos singelos

Saudamos vaqueiro e gado

Louvando e relouvando

O presente e o passado

Salve vaqueiro sertanejo

Desveloso no dever

Que a Virgem Imaculada

Com seu manto a envolver

As Graças do Criador

De Jesus Nosso Senhor

Venha a todos proteger

Se esquecemos de louvar

Algum vaqueiro afamado

Nos perdoe o esquecimento

Mas se sinta contemplado

Neste ABC singelo

Por essas poetizas cantados

Que homenageiam os guerreiros

Nessa Missa do Vaqueiro

Sejam todos abençoados.

Saudamos ao Adailton

Pela bela iniciativa

Em resgatar as memórias

Que devem permanecer vivas

A nossa saudosa Meire França

Pelo legado da confiança

Que a mantém sempre viva!

Ass.Solange França e Sandra França