O GOLINHA E A MENINA
( 3º edição )
(Rita Cruz)
1
O golinha na gaiola
Toda vez cantarolava
Quando via sua dona
Felizmente assobiava
Repetindo a melodia
Alegremente cantava.

2
Ele é um passarinho
Bastante frágil e singelo
Por causa da gola preta
Dos pássaros é o mais belo
Só saí linda cantoria
Do seu biquinho amarelo.

3
Seu canto é muito simples
Ele é muito inquieto
Saltitando na gaiola
Quase não fica quieto
É um pássaro criança
Disso fique você certo.

4

E no banheiro da casa
A sua gaiola ficava
Toda vez que a menina
No seu banheiro adentrava
Este golinha cantando
No banho se refrescava.

5
A menina muito amava
O tão lindo passarinho
Parecia um beija-flor
Bastante pequenininho
Mas na hora de cantar
Zombava até do vizinho

6
O golinha e a menina
Todo dia se alegravam
Lá no banheiro da casa
Quando no banho adentravam
Era uma bela sinfonia
Quando os dois juntos cantavam

7
Pelo corpo da menina
A água sempre escorria
O golinha ia cantando
Uma bela melodia
Os dois era uma orquestra
Numa total harmonia.

8
A menina, sua dona
Para ele era rainha
Pois o mesmo só cantava
Praquela linda mocinha
Nada no mundo fazia
O pássaro sair da linha.

9
Sua plumagem cinzenta
Papo branco, gola preta
Deslumbrava esta menina
Cantava sem ter careta
De jeito melodioso
Sem toada obsoleta.

10
Todos na casa adoravam
O bonito passarinho
Sempre alegre e cantador
Cantando tudo certinho
Com emoção e ternura
Ganhava muito carinho.

11
Que amizade bonita
Era uma festa tão bela
Um pássaro e uma criança
Tendo amizade singela
Hoje eu estou contando
Sobre o pássaro e a donzela.

12
Um dia tudo mudou
A menina adoeceu
Uma tristeza profunda
O golinha entristeceu
Foi ficando moribundo
Dentro em pouco emudeceu.

13
A menina faleceu
Duma doença fatal
O golinha ficou mudo
Com tristeza sem igual
Já se passaram dois meses
E ele em silêncio total.

14
E o pai dela do banheiro
O passarinho tirou
E num local de destaque
Na sua casa botou
Mas ele ficando mudo
A nostalgia chegou.

15
E todos naquela casa
Sua tristeza sentia
Pois via o triste golinha
Que de saudades sofria
De sua bela colega
A menina Fernandinha.

16
Então de volta botaram
O golinha no banheiro
A tristeza era muita
Sem o seu canto guerreiro
Até que a mãe da menina
Socorreu o companheiro.

17
O banheiro era usado
Pela dona do golinha
Que vivia lá trepado
Cantando de manhazinha
Alegrando todo mundo
Pois lindo gorgeio tinha.

18
E todo dia ela ia
Com o golinha conversar
Falava da amiguinha
Que foi lá no céu a morar
Foi tal qual uma criança
Voltando a se alegrar.

19

Ele começou aos poucos
Bem tímido, o canto a soltar
O tempo foi lhe curando
De maneira singular
Cantando a sua saudade
Pra todo mundo escutar.

20
Os pais da menina então
Quiseram prestigiar
O canto do seu golinha
Foram depois escutar
O pequeno pássaro agora
Reinacantando no lar.

21
Continua no banheiro
Numa gaiola a cantar
O casal liga chuveiro
Para ele se alegrar
Imaginando a menina
Do seu lado a escutar.

22
Dizem que os animais sentem
O que ninguém sentir
Quem sabe o golinha enxerga
A menina a lhe assistir
Por isso agora dispara
Seu canto pra ela ouvir.

23

A menina e o golinha
Uma amizade de valor
Amor de passarinho
Por uma menina flor
Para Maria Fernanda
Ele canta com amor.

24
Agora peço licença
Para os versos terminar
Sou Rita, mãe da menina
E agora estou a lembrar
Da flor Maria Fernanda
Que um golinha pôde amar.
Ritacruz
Enviado por Ritacruz em 08/03/2021
Código do texto: T7202163
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